BBC: EUA estão ganhando a guerra dos chips contra a China

Foto: Brian Kostiuk/Unsplash

Enquanto a corrida pelo petróleo desencadeou guerras, forçou alianças incomuns e provocou disputas diplomáticas no século passado, as duas maiores economias do mundo estão lutando por outro recurso precioso: semicondutores, os chips que literalmente sustentam a vida moderna.

De acordo com a jornalista da BBC, Suranjana Tewari, a China quer a tecnologia para produzir chips, mas os EUA, fonte de grande parte da tecnologia, evitam dar acesso à tecnologia para Pequim. Os dois países estão claramente engajados em uma corrida armamentista na Ásia-Pacífico e o governo Biden está tentando sufocar o acesso da China à tecnologia que fabrica chips.

Por enquanto, os EUA estão ganhando, mas a guerra de chips que declarou contra a China está remodelando a economia global. Em outubro, Washington anunciou amplos controles de exportação, tornando virtualmente impossível para as empresas vender chips, equipamentos de fabricação de chips e software contendo tecnologia dos EUA para a China, não importa onde estejam no mundo. Também proibiu cidadãos americanos e residentes permanentes de apoiar o “desenvolvimento ou produção” de chips em certas fábricas na China.

Isso afeta o desenvolvimento do setor na China porque ela importa tanto o hardware quanto o talento que alimenta sua nascente indústria de fabricação de chips. As restrições dos EUA estão atingindo a China onde dói. Pequim reclamou à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas uma resolução pode levar anos. Enquanto isso, reporta Suranjana, a China dobrará o investimento e o apoio à sua indústria doméstica.

Apesar de ter sido inventado nos EUA, com o tempo, a Ásia emergiu como um centro de fabricação de semicondutores, em grande parte por causa de incentivos governamentais, incluindo subsídios. Isso permitiu a Washington desenvolver laços comerciais e alianças estratégicas em uma região vulnerável à influência russa durante a Guerra Fria.

Em meados de 2022, a Samsung se tornou a primeira empresa a começar a produzir em massa chips mais poderosos de três nanômetros (um fio de cabelo humano tem cerca de 50 a 100.000 nanômetros). No mesmo ano, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) – a maior fabricante de chips do mundo e uma importante fornecedora da Apple – seguiu a sul-coreana.

A maior parte dos chips do mundo é fabricada atualmente em Taiwan, dando à ilha autogovernada o que seu presidente chama de “escudo de silício” – em outras palavras, proteção contra a China, que reivindica o território. A dependência de Taiwan e outros países asiáticos para o abastecimento, está abalando a América.

No curto prazo, a indústria terá que lidar com uma desaceleração global por causa da guerra na Ucrânia, aumento da inflação e uma reabertura turbulenta da economia chinesa. Pequim vai querer agir com cuidado, visto que sua economia sofreu um grande golpe com a pandemia de Covid e isso tem grandes ramificações para a economia global, forçando os jogadores a escolher lados, possivelmente impedindo muitos de acessar o mercado chinês.

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