Audiência pública discute mudanças para aumentar confiança do eleitor na urna eletrônica

Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

Sugestões para aumentar a confiança do eleitor brasileiro nas urnas eletrônicas foram apresentadas por especialistas em segurança digital à Câmara dos Deputados, na última segunda-feira (7). Dentre as propostas, está o voto impresso em papel e o uso de assinatura digital como mecanismos para atestar a integridade de cada voto. Foi sugerido também que o sistema eleitoral seja auditado por órgãos ou empresas não vinculados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A discussão teve como base a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, que exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil. Especialistas foram convidados e ouvidos pelos parlamentares. O intuito da audiência pública é garantir que qualquer processo eleitoral no Brasil seja validado e aceito como a vontade da maioria da população.

Um dos especialistas convidados, o engenheiro da computação e professor, Eduardo Guy Manuel argumentou que hoje há muitas teorias conspiratórias sobre a vulnerabilidade das urnas que acabam confundindo o eleitor. No entanto, segundo ele, não há motivos para se duvidar da integridade das urnas eletrônicas, já que desde 1996 são utilizadas em eleições no País e nunca foram comprovadamente fraudadas.

Por outro lado, o professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Rezende questionou a eficiência da auditoria feita por meio da votação paralela, uma vez que não representa fielmente o número total de eleitores de um dia de votação e por não utilizar o sistema biométrico. Segundo ele, é possível que a votação paralela não funcione, já que o software da urna pode ser programado para reconhecer que se trata de um teste.

Defensor do voto impresso, Rezende levantou a hipótese de problemas na cadeia de replicação do software. Para o especialista, quem controla o software na votação eletrônica pode fazer uma alteração com poucas linhas podendo alterar o resultado da eleição.

Atendendo aos argumentos do relator, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), o presidente da comissão, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), irá convidar novamente, para ser ouvido pelos parlamentares, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e os especialistas Giuseppe Dutra Janino, considerado “pai da urna eletrônica” e Julio Valente, atual secretário de Tecnologia da Informação do TSE.

Postagens relacionadas

Apib ameaça deixar comissão do STF que debate marco temporal

Mapa declara fim da emergência sanitária de Newcastle no RS

Senado: Dívida dos estados e desoneração podem ser votadas antes do recesso, diz Pacheco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais