O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, admitiu uma “crise” nacional por conta do machismo e da violência contra mulheres e anunciou medidas em prol delas, como o endurecimento de penas dadas a agressores. As medidas vêm em resposta aos protestos que tomaram conta das ruas de Joanesburgo na última semana, depois da divulgação de estatísticas oficiais que mostram a morte de uma média de oito mulheres vítimas de violência doméstica por dia.
“ A violência contra as mulheres se transformou em mais que uma crise nacional, é um crime contra a nossa humanidade”, afirmou Ramaphosa em pronunciamento à nação na Cidade do Cabo, onde participa da edição africana do Fórum Econômico Mundial. Além disso, o presidente destacou que “a violência contra mulheres é um problema dos homens”, e que eles, portanto, tem a obrigação de agir pelo fim desse tipo de comportamento e crime.
Uma das medidas anunciadas é a modernização do registro de delinquentes sexuais e a publicização dessa, além de pedidos de revisão de todos os crimes de violência contra as mulheres para averiguar a correta investigação destes. Além dessas medidas, Ramaphosa também defendeu que “sentenças perpétuas” para esses crimes realmente signifiquem “prisão para a vida toda”, não dando espaço para solicitações de liberdade sob fiança à promotoria pública.
A violência contra mulheres na África do Sul tem dados alarmantes: além de oito mortes diárias por essa razão, ainda ocorrem em torno de 110 estupros todos os dias, segundo dados compilados pela polícia local entre 2017 e 2018.