A Argentina pode provocar uma ruptura no Mercosul por conta da medida que retirou o país das negociações comerciais em curso com Coreia do Sul, Líbano, Canadá e Singapura. O impasse conhecido como “Brexit argentino”, vai ditar o futuro do Mercosul.
Para justificar seu distanciamento dos países do bloco (Brasil, Uruguai e Paraguai), o presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou que sua prioridade é a economia interna do país, que teve a crise econômica agravada em função da pandemia do novo coronavírus. No entanto, Fernández afirmou que sua postura não impede que os demais países prossigam com as negociações em curso e nem as futuras.
Em reunião por videoconferência na semana passada, a Argentina apresentou uma proposta protecionista para reajustar o formato do Mercosul em tempos pandêmicos, ressaltando que seria necessário devido às incertezas internacionais. O secretário argentino para o Mercosul, Jorge Neme, sublinhou que o país não podia abrir de forma frívola, e assim expor a estrutura de produção à competição externa.
Uma nova reunião deve ocorrer nesta terça-feira (12) para debater o futuro do bloco e a possibilidade de atender ao pedido argentino sobre flexibilização e tratamento diferenciado em alguns casos.