Na última semana, ocorreu, pela primeira vez de maneira online, a 56ª reunião da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O encontro foi o último sob o comando do Paraguai, que passará agora a presidência pro tempore (temporária) do Mercosul para o Uruguai.
O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, falou sobre as atividades do bloco nos últimos seis meses, depois que o país assumiu a presidência. Ele defendeu a integração produtiva para aproveitar as capacidades de cada país e destacou a importância da economia digital para a manutenção do comércio.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, disse que buscará, na presidência do Mercosul, entre outras metas, impulsionar os canais logísticos, de ferrovias e hidrovias, bem como melhorar a interconexão energética entre os países e garantir a conservação do meio ambiente.
Em seu discurso, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, destacou que o país endossou as prioridades da presidência paraguaia em busca da modernização do bloco e de uma agenda de reformas. Bolsonaro afirmou ainda que o seu governo vem trabalhando para a melhor inserção do Brasil e do Mercosul no comércio mundial.
O mandatário brasileiro apontou ainda que parte das soluções para o bloco, na recuperação da economia por conta da Covid-19, está em conciliar a proteção da saúde das pessoas com a economia. O presidente aproveitou para elogiar a condução paraguaia no bloco, auxiliando na conclusão dos acordos com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
Bolsonaro destacou também a intenção de avançar em entendimentos com outros países. Segundo ele, existe a intenção de avançar com negociações junto ao Canadá, Coreia do Sul, Singapura, Líbano, Istarel e Índia. Além disso, afirmou também ser favorável às discussões para inclusão do setor automotivo e açucareiro no regime de regras comum do bloco.
O presidente aproveitou ainda a oportunidade para criticar “visões” no exterior em relação ao seu governo, as quais, segundo ele, seriam distorcidas, principalmente em temas como a defesa da região amazônica e o relacionamento com povos indígenas.
O Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está suspensa desde 2017, por ruptura da ordem democrática e descumprimento de cláusulas ligadas a direitos humanos do bloco. Os países associados são Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil exportou, no ano passado, cerca de US$ 15 bilhões para os países do Mercosul e importou US$ 13 bilhões, com superávit de US$ 2 bilhões.