Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 60% dos principais exportadores brasileiros para os países do MERCOSUL enfrentam dificuldades aduaneiras para adentrar estes, como demora para o desembaraço de mercadorias e falta de transparência nas normas aplicadas.
Segundo Carlos Abijaodi, Diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, somente a assinatura do Acordo de Facilitação de Comércio entre os países-membros do MERCOSUL será capaz de minar tal problema, por meio da redução da burocracia e do ataque direto às principais barreiras não-tarifárias comuns a todos. Especula-se que o acordo possa ser assinado no início de dezembro, ajudando a reestruturar o bloco entre as regras internacionais de exportação – os exportadores brasileiros ainda pagam taxas incompatíveis com estas para exportar para Argentina, Paraguai e Uruguai, mas acordos bilaterais, como Mercosul-União Europeia e México-Uruguai, isentam os exportadores desses países e põem o Brasil em desvantagem comercial, com prejuízos que chegam a US$ 500 milhões.
Além da questão das dificuldades de exportação, a pesquisa avaliou que a posição do Brasil no Mercosul deve ser de pragmatismo, como tem sido ao longo dos últimos anos, e de foco no aprofundamento da agenda econômica do bloco, dado que o MERCOSUL é o principal destino de bens de tecnologia, superando fortes potências como China, UE e EUA, além de a relação brasileira com os argentinos impactar direta e indiretamente geração de emprego, renda e massa salarial de seus habitantes.