O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, sinal de que os dois países possam retomar o pragmatismo nas relações diplomáticas entre ambos.
O envio de uma comitiva de alto escalão a Brasília foi considerado gesto da disposição da Casa Branca de trabalhar com o Brasil como já ocorreu em outros tempos. A percepção do ex-embaixador brasileiro em Washington, Rubens Ricupero, reflete esse sentimento.
“A visita de Sullivan foi um gesto muito expressivo da parte dos americanos. Não me lembro de nenhum precedente parecido com esse nos últimos 50 anos”, disse. “A vitória de Biden, dois anos atrás, ajudou muito na transição do Brasil”.
A viagem de Lula aos Estados Unidos para encontro com o democrata Joe Biden, deve ficar para depois da cerimônia de posse, em 1º de janeiro, afirmou o ex-chanceler Celso Amorim. Principal conselheiro do petista para a política externa, o ex-ministro participou do encontro de Lula com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.
“O presidente comentou a situação interna, negociações diversas que ainda estão ocorrendo e disse que talvez não desse para ir antes de assumir. Não disse não, mas que talvez não desse, e valorizou muito o fato de o convite ter sido feito dessa maneira”, afirmou Amorim.
O governo Joe Biden acredita que o Brasil vai retomar um papel ativo no cenário internacional, por isso fez questão de convidar Lula ainda antes da posse, em sinal de respeito e indicando “prioridade para a relação entre os dois países, segundo autoridades americanas.