O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, anunciou na última sexta-feira (10) que novas tarifas de importação de folhas de alumínio serão cobradas de 18 países a partir de agora.
Segundo Ross, a decisão parte de um estudo que concluiu que estes países estariam exportando seus bens a preços inferiores aos praticados pelo mercado – o famigerado “dumping” – e prejudicando os produtores americanos com a prática. O parecer final do estudo será concluído em fevereiro de 2021, mas as novas tarifações devem entrar em vigor imediatamente como forma de retaliação.
Um dos países mais afetados pela medida é o Brasil, que terá sua taxa de 48,33% aumentada para 133,63%, dado que os EUA importaram US$ 97 milhões em chapas de alumínio brasileiro em 2019. O Ministério da Economia brasileiro, em nota enviada à imprensa, disse que está acompanhando o processo aberto pelas autoridades norte-americanas e lembra que medidas antidumping podem ser aplicadas na medida necessária para neutralizar tal prática e que, caso necessário, “exportadores brasileiros poderão solicitar revisões administrativas anuais com vistas a demonstrar a adequação de suas exportações às regras multilaterais, e requerer a devolução dos montantes depositados em garantia”.
O presidente da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), Milton Rego, disse, também por meio de nota, que acompanha com preocupação “a escalada de restrições impostas pelos Estados Unidos aos seus parceiros comerciais”, uma vez que “estipular taxas antes mesmo de concluída a investigação sobre uma suposta prática de dumping, prejudica enormemente o Brasil”.