O Reino Unido antecipou a data de suas eleições gerais para 12 de dezembro, com o nome de seu novo primeiro-ministro sendo anunciado no dia seguinte.
Depois de rejeitar três vezes pedidos de Boris Johnson, o atual premiê britânico, a Câmara dos Comuns aprovou, no último dia 29, a convocação de eleições e optou pela data proposta por Johnson, por um placar de 438 votos favoráveis e 20 contrários. Agora a proposta tramitará pela Câmara dos Lordes, onde deve ser aprovada sem alterações, segundo analistas políticos britânicos. Com isso ocorrendo, o Parlamento se dissolverá na data de 6 de novembro, quarta-feira próxima.
As eleições gerais, originalmente previstas para 2022, trazem a questão do Brexit como principal acelerador do processo, haja visto que o projeto ser aprovado com ou sem acordo assombra a população britânica. Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista da Grã-Bretanha, havia proposto a data de 9 de dezembro, a qual foi rejeitada pelo Parlamento com ampla margem; Corbyn só aceitou a data de Johsnon depois que a União Europeia oficializou extensão do prazo para que o Reino Unido deixe o bloco.
Johnson, por sua vez, defende a antecipação do pleito para que retome a maioria na Câmara dos Comuns, a qual perdeu pouco tempo depois de assumir o cargo de primeiro-ministro. No intuito de tentar recuperar seu prestígio, o premiê readmitiu 10 dos 21 parlamentares que expulsou do Partido Conservador em outubro passado, por não apoiarem um Brexit sem acordo; já aqueles contrários ao Brexit defendem que, se saírem vitoriosos da eleição, proporão novo plebiscito para a população decidir se quer ou não cancelar a saída da União Europeia – já foi feito um referendo em 2014 e defende-se a realização de outro desde então, dada a alta taxa de escoceses que votaram pela permanência no bloco.