O Brasil extraditou na última sexta-feira (07) Carlos García Juliá, um dos ultradireitistas que participou da matança de Atocha em 1977. Depois de 25 anos como fugitivo e 46 anos depois de um dos maiores atentados espanhóis, Juliá retornou a Madri para cumprir o resto de sua condenação;193 anos de prisão por matar cinco advogados esquerdistas em um escritório de advocacia na Espanha e deixar outras quatro pessoas gravemente feridas.
O prisioneiro foi acompanhado por policiais espanhóis da Interpol para um voo comercial da Iberia com destino à Madri. A Espanha realizou um ato de agradecimento às autoridades brasileiras pela cooperação no caso. O embaixador espanhol, Fernando García Casas, recebeu o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
García Juliá utilizou a identidade do venezuelano Genaro Antonio Materán, residente legal no Brasil. Em 2018, as digitais do venezuelano coincidiram com as que a polícia espanhola tinha de García Juliá. O pistoleiro espanhol ganhava a vida no Brasil como motorista de Uber e foi preso em dezembro de 2018, às vésperas do aniversário de 40 anos da Constituição espanhola.