O presidente da República, Jair Bolsonaro, realizará viagem oficial à China de 24 a 26 de outubro, e espera-se comportamento neutro frente aos assuntos delicados em relação ao gigante asiático para evitar rusgas na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos.
Os dois assuntos mais polêmicos do momento são a adesão do País ao megaprojeto “Um Cinturão, Uma Rota” e a entrada da empresa Huawei no Brasil para implantação da tecnologia 5G, porém os assuntos, dependendo de como forem tratados por Bolsonaro, podem provocar reações negativas do país de Donald Trump, com o qual o Brasil visa a estabelecer acordo de liberalização do comércio bilateral em meio à uma ocupação cada vez mais abrangente de produtos chineses na América Latina. Bolsonaro ainda não se pronunciou a respeito dos respectivos assuntos mas seu vice, Hamilton Mourão, disse, em visita a China em maio passado, que o Brasil pode, si, vir a aderir ao megaprojeto de infraestrutura do governo chinês e, semanas depois, posicionou-se favorável á entrada da Huawei no Brasil por não crer que nenhum país receberá a quinta geração de telefonia móvel se ficar preocupado com a posse de dados da gigante chinesa estar em posse de Pequim.
Preocupa, além destes, a intensa guerra comercial entre China e EUA – assunto este sobre o qual Bolsonaro deve se manter neutro também, a fim de não atrapalhar as negociações entre o norte-americano e o Brasil. O conflito de aumento de taxas de importação entre as duas nações vem preocupando diversos países, por conta das consequências comerciais. No entanto, por estar alinhado a Trump, Bolsonaro não é esperado a se posicionar a respeito do assunto, apesar das pressões dos ministérios que dependem direta ou indiretamente do agronegócio chinês.