Começa nesta terça-feira (24) a 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York (EUA), com a presença de quase 200 países e liderada pelo nigeriano Tijjani Muhammad-Bande, que estabeleceu como prioridades do encontro as discussões sobre pobreza, educação e inclusão social.
Muito estadistas não estarão presentes por conta de questões internas, mas enviarão representantes – caso da China, da Rússia, da Venezuela e de Israel – enquanto outros comparecerão para marcar presença e abrir uma frente de diálogo com a organização – caso de Jair Bolsonaro, presidente brasileiro que, ainda em recuperação de uma cirurgia após a facada que levou durante a campanha eleitoral de 2018, vai ser o responsável pela abertura do evento, gerando especulações acerca do tempo de duração de seu discurso. Vale lembrar que, em Davos, em janeiro, Bolsonaro falou somente seis minutos dos 45 que tinha disponíveis, o que causou celeuma entre os presentes no evento.
Além disso, há a causa ambiental como a principal pedra no sapato do presidente, uma vez que o Brasil passou por um caso de repercussão global de multiplicação exponencial de focos de incêndios florestais na Amazônia Legal nos últimos meses – pauta essa muito estimada por António Guterres, secretário-geral da ONU, que organiza, no dia de hoje (23), a Cúpula do Clima, a qual visa a adotar compromissos mais concretos do que os firmados no Acordo de Paris, especialmente depois das manifestações pelo clima ocorridas na última sexta-feira (20), conduzidas pela jovem ativista Greta Thunberg.
No entanto, nem todos os países poderão discursar a respeito do clima, dado que aqueles que estão trabalhando com novas fontes de combustíveis fósseis ou não estão contribuindo para a redução da emissão de carbono tiveram seus tempos de fala negados, tais como Brasil, EUA e Japão. No intuito de apoiar a causa ambiental, um conjunto de 87 empresas multinacionais e de 130 bancos está se empenhando para cortar drasticamente suas emissões de poluentes e para assumir posturas mais sustentáveis.
O presidente norte-americano Donald Trump é esperado para discursar no evento do qual é anfitrião, o “Apelo Global em Proteção à Liberdade Religiosa”, a ser realizado hoje, e também na reunião principal da organização, durante o qual deve mencionar a crescente tensão dos EUA com o Irã, depois dos ataques às instalações petrolíferas da Arábia Saudita, e a Coreia do Norte, país com o qual Trump vem tentando se reconciliar a partir da deposição de produção de energia nuclear por parte de Kim Jong-Un. Além disso, o presidente também deve discutir questões comerciais com o Japão, por meio de seu premiê, Shinzo Abe.