Há mais de seis décadas lidando com feridas de difícil cicatrização, o relacionamento entre japoneses e sul-coreanos piorou consideravelmente nos últimos meses. Em especial para os coreanos, a causa não poderia ser mais nobre: durante a ocupação do país pelo Império nipônico entre 1910 e 1945, coreanos foram obrigados a trabalhar para japoneses. Incluindo as mulheres, denominadas “comfort women” pelos invasores.
O Japão chegou a pedir desculpas e criou um fundo no valor de 1 bilhão de yens (U$ 9,4 milhões), mas associações locais acharam insuficiente. Nas ultimas semanas, a Justiça coreana ordenou que empresas japonesas compensassem as vítimas (ou seus descendentes), o que enfureceu o governo Abe.
Assim, a partir de ontem, o governo do Japão retirou a Coreia do Sul da “lista branca” de nações com as quais pode negociar livremente e impôs restrições a exportações, especialmente de produtos e peças tecnológicas aos coreanos.
A retaliação veio depressa, ainda que de forma inusitada: enquanto o governo tenta frear a escalada, prometendo levar o caso para a Organização Mundial de Comércio, a sociedade coreana começa a boicotar marcas de roupas como a Uniqlo e especialmente de cerveja, como a Kirin e a Asahi.