O Senado aprovou ontem, quinta-feira, a MP que reestrutura a Esplanada dos Ministérios no governo Lula. A poucas horas do fim do prazo de validade da MP, após as ameaças da Câmara de enterrar o texto, os senadores aprovaram o texto em sessão de duas horas de duração. Houve por 51 votos a favor, 19 e uma abstenção.
A MP reorganiza o governo federal e cria novos ministérios, como o da Cultura, da Indústria, do Comércio e Serviços e dos Povos Indígenas. Se perdesse a validade ontem, a Esplanada dos Ministérios deveria retomar ao que era no governo Jair Bolsonaro (PL), com 23 pastas em vez de 37.
Como mais um gesto de boa vontade, o presidente Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), escalou o líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), para relatar o texto na sessão, onde o assunto foi tratado diretamente, após a aprovação pela Câmara na quarta-feira.
O governo correu risco, mas conseguiu aprovar no Congresso sua proposta de reorganizar os ministérios. No entanto, novos obstáculos aparecem pela frente. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou a interlocutores que não pautará mais nenhum projeto de interesse de Lula, enquanto o governo não promover mudanças na articulação política com parlamentares.
A mudança na postura de Arthur Lira leva aliados do Palácio do Planalto a temerem não conseguir aprovar a tempo outras duas MPs que estão perto de caducar e envolvem temas tidos como prioritários para o governo. Entre elas, estão a que retomou o programa Mais Médicos e que instituiu o novo Minha Casa Minha Vida, que expira no próximo dia 15 e é motivo de apreensão, já que