O preço da gasolina vendida aos postos, pelas refinarias da Petrobras, completou duas semanas cotado abaixo do mercado internacional. Segundo dados da Abicom, associação que reúne os importadores de combustíveis, o valor praticado nesta quarta-feira (19) pela Petrobras estava 5% menor (ou R$ 0,18 por litro) em relação à cotação externa.
Desde 4 de outubro, o preço da gasolina no Brasil manteve-se sistematicamente, todos os dias, abaixo da cotação internacional. A diretoria da Petrobras costumava citar o prazo de 15 dias como referência para incorporar, nos preços praticados no país, a volatilidade das cotações no exterior.
O argumento era de que variações diárias nem sempre seriam repassadas para os preços no mercado interno, mas só depois que a cotação do petróleo se sustentasse num patamar superior. O prazo para essa análise seria de duas semanas.
A diretoria da Petrobras alerta para a necessidade de reajuste dos preços, após duas semanas de defasagem. Mas, a ideia vem sendo descartada pelo governo, por conta da eleição do dia 30.
A cotação do petróleo no mercado internacional está em alta desde o início de outubro por conta do corte de produção anunciado pela Opep+, cartel que reúne os maiores exportadores do mundo.
Para Sergio Araújo, presidente da Abicom, há tendência de alta nos preços internacionais. “De fato as refinarias da Petrobras estão com preços defasados e bem abaixo do mercado internacional, que está com viés de elevação em função do corte de produção da Opep+.”,
Para ele, com esse cenário a Petrobras precisa ter coerência com sua política de preços. “Da mesma forma que reduziu o preço, agora é hora de aumentar, sim. Isso se faz necessário. A Petrobras tem compromisso com seus acionistas e o mercado espera que esses preços sejam elevados.