Ministra acredita que CPIs não vão afetar tramitação de projetos prioritários para o governo

Brasília (DF) 19/04/2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva e de vários ministros, participa da cerimônia de posse do Conselho de Participação Social e do lançamento do processo de elaboração do Plano Plurianual Participativo (PPA Participativo) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Para a ministra do Planejamento e Orçamento, a ex-senadora Simone Tebet (MDB-MS), a onda de CPIs que tem dominado a pauta do Congresso não deve atrapalhar a tramitação de projetos estratégicos para o governo. Entre eles estão a reforma tributária e do arcabouço fiscal, que abole o teto de gastos, duas propostas fundamentais, na avaliação do governo, para dar equilíbrio às contas públicas.

A senadora foi destaque na CPI mista da Covid em 2021. Ela prevê que o inquérito dos atos de vandalismo de 8 de janeiro, protagonizados por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), terá uma vitrine inicial com ataques e grosserias, mas a exposição acabará reduzida a memes de internet.

As outras CPIs, que casos envolvendo as Lojas Americanas, o MST e negociadas envolvendo resultados do futebol, também não têm potencial de paralisar o Congresso. Para Simone Tebet, a própria oposição quer avançar com a pauta tributária, discussão que se arrasta há anos no Legislativo.

A CPI sobre os atos terroristas de janeiro tem potencial de mobilizar as redes sociais. Governo e oposição vêm preparando as armas que vão utilizar na arena digital. Um bom desempenho na batalha virtual é apontado pelos dois lados como decisivo para a vitória no campo legislativo.

Parlamentares do PL apostam no engajamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e em antigos integrantes do chamado “gabinete do ódio”, grupo de ex-assessores palacianos especializado em atacar adversários políticos. Do lado do governo, busca-se a participação de influenciadores ligados à esquerda.

Às vésperas da instalação da CPI dos Ataques de 8 de janeiro, que servirá como teste da base aliada no Congresso, líderes partidários aumentaram as críticas à articulação política do Palácio do Planalto, em especial ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apontou “dificuldades” do ministro. A avaliação entre deputados é que Padilha mantém bom diálogo com parlamentares, mas entrega pouco do que promete.

A insatisfação se refere à morosidade do governo em liberar emendas e nomear indicados políticos dos parlamentares no segundo e terceiro escalões. O líder do superbloco formado aliados de Arthur Lira, com 173 deputados, Felipe Carreras (PSB-PE) afirma haver ambiente de “inquietação” na base.

 

O pior das pessoas

 

Faltam poucos meses para o ministro Luís Roberto Barroso assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal. Termina em outubro o tempo da presidência da terceira mulher que assumiu a condução da Suprema Corte, Rosa Weber.

Para o atual vice-presidente, Roberto Barroso, os atentados do dia 8 de janeiro foram resultado de um período em que se estimulou “o pior das pessoas em termos de ódio e agressividade”, somado a uma “combinação de incompetência e cumplicidade”.

Em entrevista ao jornal Valor, o ministro evitou apontar culpados, mas defendeu que o país precisa passar por um processo de “desobsessão da mentira” para superar o trauma. Segundo ele, o STF é o foro certo para julgar as denúncias contra os golpistas e o Congresso tem direito de instalar uma CPMI para passar a limpo o que aconteceu naquele dia. Encerra-se hoje, terça-feira, às 23h a sessão on line do STF que julga mais 200 envolvidos nos atentados. O Supremo já formou maioria pela condenação de envolvidos nos atos.

A CPI com potencial de mobilizar as redes sociais. Governo e oposição vêm preparando as armas que vão utilizar na arena digital. Um bom desempenho na batalha virtual é apontado pelos dois lados como decisivo para a vitória no campo legislativo.

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