O Diário Oficial da União desta quarta-feira (11) trouxe a exoneração do almirante Bento Albuquerque e a nomeação de Adolfo Sachsida como novo Ministro de Minas e Energia.
A mudança no Ministério de Minas e Energia (MME) ocorre após recentes críticas do presidente à política de preços da Petrobras, estatal ligada à pasta.
Saída por razões pessoais
O ex-Ministro Bento Albuquerque divulgou nota nesta manhã (11) afirmando que a decisão de deixar a pasta foi tomada por razões pessoais e em consenso com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar dos rumores de que a queda do ministro se deve ao fato da política de preços da Petrobras e do novo aumento de combustíveis divulgado pela estatal na semana passada, Bento afirma que o governo Bolsonaro segue “a contar com sua lealdade, respeito e amizade”. Leia a íntegra da nota:
“O ex-Ministro Bento Albuquerque participa que a decisão de deixar o Ministério de Minas e Energia foi de caráter pessoal e tomada em reunião entre ele e o Presidente de forma consensual.
Por fim, participa que agradece a oportunidade e que se orgulha de ter participado do Governo do Presidente Bolsonaro que continua a contar com a sua lealdade, respeito e amizade”.
Minoria do Senado critica mudança
Líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) aponta que a troca no MME se trata de manobra eleitoreira de Jair Bolsonaro para levantar cortina de fumaça e “desviar a atenção dos brasileiros dos reais problemas do país”.
Para o senador, a mudança no comando da pasta não vai trazer nenhuma melhora nos preços dos combustíveis, e diz que a mudança só será alcançada caso uma política de Estado seja adotada.
“A demissão de Bento Albuquerque é mais um capítulo de uma novela da qual já conhecemos o enredo e o desfecho. Bolsonaro faz um gesto para os caminhoneiros e seu eleitorado na tentativa de demonstrar que está lutando contra as altas nos preços dos combustíveis demitindo primeiro o presidente da Petrobras e agora o Ministro de Minas e Energia, quando a única solução para o problema é a demissão do próprio Presidente da República.
Bolsonaro usa dessas manobras para desviar a atenção dos brasileiros dos reais problemas do país.
Os preços dos combustíveis vão continuar em disparada até que, a exemplo de outros países, o governo tenha a coragem de estabelecer algum tipo de política de Estado para conter esse fenômeno.
O governo diz que não tem recursos para isso, mas patrocina uma proposta no Congresso que vai significar despesas de 100 bi para construir gasodutos que ligam lugar nenhum a coisa nenhuma. Até as eleições veremos mais manobras pirotécnicas como essa e nenhum efeito positivo para a população, só pra agradar a turma dele”.
Perfil
Doutor em Economia, Sachsida é autor de livros e artigos sobre políticas econômicas, monetárias e fiscais, avaliação de políticas públicas e tributação. Foi professor em diversas universidades brasileiras, entre as quais a Universidade Católica de Brasília, onde foi diretor da graduação e do mestrado em economia. Também foi professor de economia da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Sachsida estava na equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia, como chefe da assessoria especial desde fevereiro de 2022. Anteriormente, era secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.
Homem de confiança de Paulo Guedes e de Jair Bolsonaro, Sachsida estava na equipe que desenvolvia um plano econômico para um governo do então candidato Jair Bolsonaro antes mesmo de o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrar para o time, em 2018.