Quatro importantes estados – São Paulo (SP), Bahia (BA), Ceará (CE) e Pernambuco (PE) – preservam longevas hegemonias políticas que serão testadas nas eleições para governador. Em SP, o domínio de 27 anos do PSDB está ameaçado. O mesmo ocorre com o PT e PSB na BA e PE, respectivamente, onde esses partidos comandam desde 2006. No CE, a hegemonia da família Ferreira Gomes é ainda maior, já que o mesmo grupo político está no poder desde 1986.
Em SP, segundo pesquisa do instituto Quaest, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que terá a responsabilidade do oitavo mandato consecutivo do partido no Estado, tem hoje apenas 9% das intenções de voto. Garcia figura atrás de nomes como o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na BA, o domínio do PT, que dura 16 anos, também está ameaçado. Mesmo que o governo de Rui Costa (PT) seja bem avaliado, neste momento, o ex-prefeito de Salvador (BA) ACM Neto (União Brasil) lidera a disputa com 64% das intenções de voto, podendo vencer em primeiro turno, segundo o instituto Opnus.
Em PE, quem está ameaçado de perder o controle do governo estadual é o PSB, que comanda o terceiro maior colégio eleitoral da região Nordeste há 16 anos. Hoje, o candidato do governador Paulo Câmara (PSB), o deputado federal Danilo Cabral (PSB), aparece apenas com 5% das intenções de voto. Cabral está atrás da deputada federal Marília Arraes (SD), e dos ex-prefeitos de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e de Petrolina, Miguel Couto (União Brasil).
Já no CE, a hegemonia da família Ferreira Gomes, que dura C36 anos, é que poderá chegar ao fim. De acordo com a pesquisa do instituto Paraná, o deputado federal Capitão Wagner (União-CE) lidera a disputa com 46,5% das intenções de voto. Até agora, o PDT sequer definiu seu candidato, que deve ser a governadora Izolda Cela (PDT) ou o ex-prefeito de Fortaleza (CE) Roberto Cláudio. Também há dúvidas se o PT estará aliado ao PDT como nas últimas eleições.
Conforme podemos observar, as eleições de outubro podem marcar o encerramento de longevas hegemonias estaduais. No entanto, não devemos desconsiderar o peso da máquina desses quatro importantes estados, que trabalharão a favor de seus candidatos.