O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estuda indicar o secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo, para uma das vagas na diretoria do BC. A escolha deixaria aberta a possibilidade de Galípolo futuramente assumir a presidência do BC. Campos Neto encerra seu mandato em dezembro do ano que vem.
Mesmo que não seja indicado já, existe a possibilidade de seu nome ser apresentado ao Congresso em dezembro de 2023, quando duas novas cadeiras da diretoria ficarão vagas. Galípolo é um dos auxiliares mais próximos de Haddad e era ouvido por Lula nas questões econômicas antes mesmo do início oficial da campanha pela Presidência.
Lula poderá indicar dois novos diretores do Banco Central atora e mais dois em dezembro. Assim, serão quatro votos no Comitê de Política Monetária (Copom), grupo de nove membros que decide a taxa de juros.
Para que Lula obtenha a maioria no Copom, bastaria contar com a “conversão” de algum diretor, comenta-se nos bastidores. Ao comentar a decisão do Banco Central em manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, na quarta-feira, Haddad afirmou estar “bastante preocupado”.
Ele se disse contrário a “manter pela terceira vez” neste ano a taxa Selic no atual patamar “em uma economia que tem as menores taxas de inflação”. Afirmou que vai perseverar no diálogo com o Banco Central. “Esse é um tema (queda dos juros) muito importante, que não opõe o político ao técnico”.