Para o Fundo Monetário Internacional (FMI) o arcabouço fiscal, apresentado pelo governo brasileiro é positivo e ambicioso. O diretor interino do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Nigel Chalk, disse em entrevista, ontem (quinta-feira) que está entusiasmado com a propôs.
Disse que se trata de um plano de equilíbrio fiscal ambicioso, que parece “consciente das necessidades sociais do país”. O diretor do fundo disse que “é bom que os brasileiros estejam pensando em um marco fiscal e uma estrutura institucional para a política fiscal. Apoiamos muito isso. E ficamos muito felizes em fornecer experiências entre países ou experiências internacionais, se o governo considerar útil”.
A melhora da percepção dos agentes econômicos em relação à nova regra fiscal que, com os últimos ajustes, vem se mostrando mais restritiva do ponto de vista do gasto público foi outra surpresa que pode antecipar a queda da taxa de juros. A esta melhora de percepção, somam-se a queda do índice de inflação em março e a valorização cambial do real.
No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) alerta que o governo Lula precisa “melhorar a sua engrenagem política” para conseguir a votação de temas econômicos, caso do novo arcabouço fiscal, que deve ser enviado ao Congresso na próxima semana, juntamente com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2024.
“O governo precisa, sim, melhorar a sua engrenagem política. Fazer com que as coisas andem, para que a sua base esteja azeitada não só para a votação simplesmente do arcabouço, mas para os temas posteriores que serão necessários para a manutenção de um arcabouço que atenda as demandas necessárias de crescimento do país”, disse.