O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (13) que o preço da gasolina deve cair R$ 2 e o do diesel R$ 1 caso o Congresso Nacional aprove as medidas que visam reduzir os impostos sobre os combustíveis. O chefe do Planalto avalia que as propostas serão aprovadas nesta semana. “A previsão é cair por volta de R$ 2 o litro da gasolina e cair por volta de R$ 1 o preço do diesel”, disse em entrevista concedida à Rádio CBN.
O presidente fez referência a duas propostas em tramitação no Congresso. Uma delas limita a 17% a alíquota de ICMS sobre combustíveis cobrada por governadores. A outra, autoriza o governo federal a compensar estados que zerarem a cobrança do ICMS sobre diesel e gás de cozinha.
“A média do ICMS no Brasil está em 29%, 30%. Vai diminuir bastante o ICMS da gasolina. E daí o que acontece nessa questão? Vai ter uma diminuição enorme. Isso daí logicamente a gente vai sentir na ponta da linha, a diminuição dos preços”, afirmou.
Bolsonaro disse que os governadores precisam entender que as medidas irão beneficiar a população, apesar de representar perda de arrecadação aos caixas estaduais. “Tem que pensar no povo, não é estado está perdendo. Quem está perdendo é o povo que está pagando muito caro”, afirmou na entrevista.
“Nós vamos cobrir o ICMS do diesel que é cobrado pelos estados. Nós estamos entrando com uma parte muito grande para diminuir os impostos estaduais. Tem que pensar no povo”, afirmou.
Ele também disse que a Petrobras não tem nada a ver com um aumento no preço dos combustíveis registrado na semana passada. “Foi questão local. Ou são os tanqueiros, ou são os donos de postos de gasolina. O preço não é tabelado no Brasil todo”.
Mas, voltou a criticar os lucros da estatal. “A Petrobras é uma empresa gigante, excepcional, mas não tem um viés social previsto na própria Constituição. Está tendo lucros abusivos. Quanto maior a crise, maior o lucro que a Petrobras tem”, disse.
Bolsonaro voltou a falar das dificuldades para conseguir privatizar a Petrobras e disse que o apoio da população à ideia de vender a estatal cresceu nos últimos anos devido aos altos preços dos combustíveis.
Mudanças na Petrobras
Segundo o colunista do Globo, Lauro Jardim, o governo quer a mudança de diretoria na Petrobras resolvida nesta semana. E tem trabalhado para isso com as armas que possui. A União é a controladora da estatal e está usando esta condição para impor sua vontade.
Na semana passada, um integrante do governo pressionou Ruy Schneider, integrante do conselho de administração e almirante da reserva, a renunciar. A saída de Schneider é fundamental para que seja executado um plano de voo que anteciparia para esta semana as mudanças na diretoria, com a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras.
O emissário de Jair Bolsonaro foi conversar com o conselheiro por sua condição de almirante da reserva e por ele ser também presidente do conselho da Eletrobras.
Schneider ficou de pensar. Mas já foi convocado para nova reunião em Brasília, que será realizada nos próximos dias.
O plano funcionaria com a convocação pelo acionista controlador da empresa, o governo, de uma assembleia extraordinária do conselho que demitiria o presidente da petroleira, José Mauro Coelho.