Terceira via lidera em seis estados que têm quase 50 milhões de eleitores

Se nacionalmente os candidatos à Presidência da chamada terceira via não decolaram nas pesquisas, em ao menos seis estados a situação é diferente. Nesses locais, os favoritos na disputa para governador tentam se equilibrar e evitam indicar uma preferência por um dos nomes que lideram a corrida presidencial.

O cenário é observado em Minas Gerais (onde o candidato à reeleição pode vencer em 2 de outubro), Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Goiás e Piauí. Esses estados somam 49,7 milhões de eleitores, o que corresponde a 31,7% do total no país, segundo o TSE.

Entre os motivos para o não apoio a Lula e Bolsonaro estão acordos locais, gestões bem aprovadas e um eleitorado com um franco favoritismo por um dos candidatos da disputa nacional

Entre os motivos para não apoiar nenhum dos dois principais nomes da disputa pelo Palácio do Planalto estão acordos locais, gestões bem aprovadas e um eleitorado com um franco favoritismo por um dos candidatos da disputa nacional. Em geral são governadores que tentam a reeleição e possuem ampla gama de apoios, preferindo manter a neutralidade — ou apoiar um candidato a presidente com menos chances — para evitar constrangimentos e perder votos.

Mas a maior parte deles já foi ligada a Lula ou Bolsonaro, o que tem gerado saias-justas. É o caso do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que disputa a reeleição e foi filmado ao lado de um prefeito que pedia voto para Bolsonaro, enquanto o chefe do Executivo estadual fazia sinal de positivo.

E do governador do Pará Helder Barbalho (MDB), que se encontrou com Lula em Belém, em uma reunião, mas foi, dias depois, fazer campanha para a candidata de seu partido, Simone Tebet (MDB-MS), na cidade.

Em Minas, Romeu Zema lidera a corrida no segundo maior colégio eleitoral do país com 53% dos votos, segundo o Datafolha. O governador foi cobiçado para oferecer palanque a Bolsonaro.
Mas, optou por se afastar do presidente já na pré-campanha por receio de atrair a rejeição do titular do Planalto. Em 2018, Zema se elegeu na onda bolsonarista.

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