Em entrevista truncada, Bolsonaro evita polêmicas e perde oportunidades

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro entrevistado da sabatina do Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, que durou 40 minutos. Os temas centrais da entrevista foram o sistema eleitoral, relação com o Supremo Tribunal Federal (STF), pandemia, economia, meio ambiente, aliança com o centrão e educação. Vale registrar que durante a entrevista de Bolsonaro ao JN, panelaços, que foram convocados pela oposição nas redes sociais ao longo da tarde, foram registrados em algumas capitais.

Questionado sobre ataques ao sistema eleitoral e xingamentos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro respondeu que se trata de fake news. Lembrou o processo do PSDB, após as eleições de 2014, que concluiu que as urnas eletrônicas são inauditáveis. Rebateu a afirmação que xingou ministros do STF, tem uma relação amistosa com o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, e que “teremos eleições limpas e transparentes”. Deu a impressão que tentava mudar de assunto, indicando que o tema não deve ser central em sua campanha, seguindo conselhos de aliados políticos.

Ao ser perguntado sobre a defesa que seus seguidores fazem de medidas antidemocráticas, Bolsonaro disse que isso faz parte da liberdade de expressão. Declarou que respeitará o resultado das eleições desde que eleições sejam limpas e transparentes.

Criticado por sua postura na pandemia, Jair Bolsonaro lembrou que o governo federal comprou 500 milhões de doses de vacinas. Criticou o desestimulo ao tratamento precoce. O presidente também recordou que conversou com o povo nas ruas, visitou periferias, e criou o Auxílio Emergencial.

Sobre a economia, mencionou que promessas da campanha de 2018 acabaram frustradas pela pandemia, a seca e a guerra entre Rússia e Ucrânia. E lembrou a deflação, o desemprego em queda, e as reformas. Avaliou os números da economia como “fantásticos”. E definiu a equipe econômica como competente.

Na questão ambiental, o governo foi criticado por conta do aumento do desmatamento. Jair Bolsonaro rebateu dizendo que não se fala do desmatamento em países europeus como França, Espanha etc. E declarou que “é uma mentira a narrativa que o Brasil é destruidor de floresta”.

Quando perguntando a respeito da suposta contradição da aliança firmada com o centrão após ter criticado esses partidos na campanha de 2018, Bolsonaro ironizou o jornalista William Bonner ao dizer: “você está me estimulando a ser ditador”.

O presidente lembrou que precisa do Parlamento para governar. Que essa aliança garantiu o avanço de reformas e a aprovação do Auxílio Brasil no valor de R$ 600.

Ao final da entrevista, Jair Bolsonaro afirmou que o governo não tem corrupção e foi estruturado em critérios técnicos. Nas considerações finais, Bolsonaro declarou que pagou o Brasil em situação crítica. Fez reformas e o possível para a população não sofrer. Mencionou a redução do preço dos combustíveis, o Auxílio de R$ 600, a transposição do Rio São Francisco, a criação do PIX e a anistia de dívidas de jovens junto ao FIES.

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