A pesquisa divulgada pelo Real Time Big Data sobre a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes mostra quatro pré-candidatos competitivos: o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o ex-governador Márcio França (PSB), o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o vice-governador de São Paulo (SP), Rodrigo Garcia (PSDB). Outro aspecto importante, e que torna a disputa ainda mais em aberto, é a existência de um grande contingente de eleitores “sem candidatos” (brancos, nulos e indecisos), que variam de 34% a 43%, do cenário. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Uma das incógnitas do atual cenário é se as esquerdas terão uma ou duas candidaturas. Mesmo que a recente filiação do ex-governador de SP Geraldo Alckmin para ser o vice do ex-presidente Lula (PT) seja um componente que possa contribuir para um entendimento entre Haddad e França, hoje os dois nomes são competitivos. Nota-se que no cenário sem a presença do petista, Márcio França assume a liderança da disputa. Apesar dessa indefinição, o mais provável é que França acabe recuando em favor de Haddad. Se isso acontecer, é alta da possibilidade de Haddad chegar ao segundo turno. Temos então a segunda indefinição da sucessão paulista: quem será o adversário do PT no maior colégio eleitoral do país? Dois nomes estão nesta disputa: Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia.
Mesmo que Garcia, ao assumir o Palácio dos Bandeirantes a partir da desincompatibilização do governador João Doria (PSDB), conte com o controle da máquina administrativa, importantes recursos para investimentos e o relacionamento com prefeitos, o desgaste do PSDB, que governa SP desde 1995, é um obstáculo. Assim, dada a força no bolsonarismo no estado, Tarcísio aparece hoje com um potencial maior de chegar ao segundo turno. Entretanto, não devemos desconsiderar a força no PSDB, assim como o fato de termos ainda muitos votos em discurso – mais de 1/3 dos eleitores ainda está “sem candidato”.
As simulações de segundo turno também mostram um quadro em aberto. Apesar de Fernando Haddad e Márcio França derrotaram todos os possíveis adversários – e empatarem tecnicamente no confronto em que eles disputam entre si – o percentual de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos) também é elevado: mais de 1/3 do eleitorado.
Outro aspecto importante a ser considerado é que Haddad aparece, no segundo turno, com pouco mais de 1/3 das intenções de voto. Esse patamar é muito similar ao teto do PT, o que indica dificuldades de crescimento por conta do antipetismo existente em SP – vale registrar que o PT nunca elegeu o governador de SP. Também vale registrar que Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia são nomes menos conhecidos quando comparados a Haddad e Márcio França, por exemplo, o que sugere uma disputa em aberto.