As negociações comerciais dos Estados Unidos com a União Europeia sobre os subsídios às fabricantes de aeronaves sofreu um revés. O objetivo das negociações era prolongar a trégua de 2018 e evitar a guerra de tarifas, no entanto, foram as tratativas foram interrompidas. O foco de Washington agora são as eleições que se aproximam e o combate aos impactos da Covid-19. A postura americana frente à China, às organizações internacionais e à presença militar na Europa intensificou o caminho para uma guerra tarifária entre as duas potências.
A UE tem um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) em que questiona a legalidade dos subsídios que os Estados Unidos concederam à Boeing. A decisão, segundo o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan, deve sair em julho. Caso a OMC dê razão à UE, o bloco poderá fixar tarifas de bilhões de euros sobre as exportações norte-americanas. Em outubro, a OMC também autorizou aos Estados Unidos a impor tarifas de US$ 7,5 bilhões sobre importações europeias, em um processo em que os norte-ameriicanos contestaram a legalidade dos apoios à Airbus. A UE queria evitar esse conflito, até pela ameaça dos EUA de impor tarifas sobre os automóveis europeus.
A expectativa é que qualquer avanço nas negociações ocorra somente depois de novembro, após as eleições presidenciais norte-americanas. Para o secretário de Comércio da UE, as duas partes estão distantes de um acordo. Hogan disse aos ministros europeus para esperarem que a retórica do presidente americano, Donald Trump, seja mais incisiva ao ameaçar a aplicação de taxas à Europa em troca de que as tarifas sobre importações de produtos americanos sejam abaixadas. Também será mais frequente Trump pontuar que os EUA estão sendo “roubados” pelos parceiros comerciais.