O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a Taxa Selic em 10,50% ao ano, encerrando assim o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023. A decisão, tomada na última quarta-feira (19), interrompeu uma sequência de sete cortes que reduziram a taxa de 13,75% ao nível atual.
Roberto Campos Neto e todos os diretores do Copom votaram pela manutenção da taxa, citando incerteza global e resiliência econômica interna como justificativas.
“O Comitê, por unanimidade, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e a resiliência da atividade doméstica, juntamente com a elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demandam maior cautela”, afirmou o comunicado oficial do Copom.
Além disso, a nota oficial ressalta a necessidade de uma política monetária contracionista para garantir a desinflação e ancorar as expectativas inflacionárias. No entanto, essa decisão do Copom provocou reações diversas no setor produtivo.
Divergências sobre taxa Selic
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a decisão, classificando-a como inadequada e excessivamente conservadora. Segundo a CNI, manter a Selic alta restringe a economia, prejudicando emprego e renda, sem justificativa inflacionária suficiente.
Por outro lado, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) considerou a decisão cautelosa devido à baixa inflação no Brasil. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) mencionou que parte do mercado previa a manutenção da taxa, alertando sobre os impactos adversos dos juros altos na economia nacional.
Por fim, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) expressou preocupação com a decisão do Copom, afirmando que manter a taxa foi um erro. Para a CNC, ainda era possível reduzir a taxa em 0,25 pontos percentuais nesta reunião, estimulando a economia sem prejudicar o controle da inflação.