O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (19/6) a decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano. Mas como isso afeta a vida do cidadão comum?
Quando os juros são mantidos elevados, como é o caso atual, a atividade econômica tende a desacelerar devido ao encarecimento do crédito. Isso pode resultar na contenção ou até na redução dos preços no mercado. Por outro lado, uma queda na Selic poderia estimular a atividade econômica, aumentando o consumo e potencialmente reacendendo a inflação.
Para o especialista em mercado financeiro, Leonardo Fernandes, a medida agradou o mercado, já que vinha reagindo de forma bastante expressiva. “Com a manutenção da taxa de forma unânime, o mercado entendeu que pode confiar e que não precisa desse alarde todo já efetuado, ‘voltando à normalidade”, explica. No entanto, o mercado de trabalho, atualmente aquecido, pode apresentar sinais de desaceleração.
Selic “do bem ou do mal”
Segundo analistas, juros mais altos beneficiam a renda fixa no cenário de investimentos. Eles destacam que títulos públicos como o Tesouro Direto, especialmente os indexados à Selic ou ao IPCA, se tornam mais atrativos devido à rentabilidade real elevada. Os investidores veem esses investimentos como seguros e consistentes, especialmente em períodos de alta inflação.
Por outro lado, empresas com maior endividamento podem sofrer com custos mais altos de financiamento, afetando na lucratividade. Porém, setores menos dependentes de crédito, como o de consumo básico, têm potencial para se destacar ao conseguir repassar custos adicionais aos consumidores.