A forma pela qual a Petrobras se desfez de 30% do capital de sua subsidiária na área de distribuição de combustíveis, a BR Distribuidora, na semana passada, inaugurou um novo modelo de negócios no Brasil: uma empresa de controle pulverizado, com um sócio estatal minoritário mas como o principal acionista.
Nas próximas semanas, o Conselho de Administração da subsidiária passará por reformulação. O objetivo é refletir sua nova composição acionária, resultado da privatização da empresa no mercado financeiro, na terça-feira,por meio da venda de ações por R$ 8,56 bilhões.A Petrobras pretende manter apenas três assentos entre os nove do conselho. Os seis membros restantes devem ser indicados pelo mercado. Os funcionários que detêm uma vaga perdem sua cadeira, o mesmo ocorrendo com o governo, representado pelo Ministério da Economia. Na quinta-feira, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, informou que a empresa havia vendido integralmente o lote suplementar de ações da BR Distribuidora. Disse que a oferta havia ocorrido imediatamente após a venda do lote-base de ações que transferiu o controle da companhia de distribuição para a iniciativa privada. A demanda de investidores pelas ações da BR foi quatro vezes maior do que a esperada, acrescentou. Caberá aos membros do Conselho de Administração da companhia e aos seus seis diretores, incluído o presidente, definir os rumos da empresa. O novo estatuto social prevê que um comitê de governança corporativa seja criado e que metade do conselho se forme com membros independentes. Com as alterações no estatuto social, a Petrobras buscou sinalizar a potenciais investidores que não haverá interferência do governo na BR Distribuidora. Para o consumidor final de combustíveis, a privatização não deve ter efeitos práticos no curto prazo, mas pode contribuir para ampliar a competição no setor de distribuição e oferecer mais transparência aos players no mercado de combustíveis. |