Paulo Guedes diz que existem recursos para reajuste do funcionalismo acima da inflação

Durante entrevista ontem, quinta-feira, na Associação Comercial de São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes disse que recursos para o reajuste salarial do funcionalismo, acima da inflação, já existem.

Segundo o ministro, esse dinheiro pode surgir da diferença entre a inflação prevista no Orçamento de 2023, de 7,5%, e a expectativa de que a taxa termine este ano em torno de 5,5%. O boletim Focus, editado pelo Banco Central após ouvir os agentes do mercado, prevê essa taxa em 5,6%.

“Nós íamos arrumar os recursos. Nem foi preciso, porque como a inflação veio mais baixa ainda – as projeções são de 5,5% e nós tínhamos reservado os recursos para 7,5% -, já está garantido”, disse.

A três dias da eleição, o governo anunciou mais uma medida econômica com potencial de impacto no segundo turno da corrida presidencial. Uma medida provisória estendeu de quatro para seis anos o prazo de pagamento dos empréstimos contratados por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Por meio do programa, pequenas e médias empresas podem ter acesso a empréstimos com juros mais baixos e em condições mais facilitadas. O aumento do prazo para o pagamento dos empréstimos é mais um benefício para o setor.

Responsabilidade fiscal e social

Em carta aberta divulgada ontem ao mercado, Lula promete combinar, em seu eventual terceiro mandato na Presidência da República, responsabilidade fiscal e social. No texto divulgado, o candidato do PT diz que a reconstrução do Brasil exige gestão pública “responsável” e “aberta ao diálogo”.

“É possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável – e é isso que vamos fazer, seguindo as tendências das principais economias do mundo”, diz o texto da carta.

O documento divulgado pela campanha do PT afirma que “a política fiscal responsável deve seguir regras claras e realistas, compatíveis com o enfrentamento da emergência social que vivemos e com a necessidade de reativar o investimento público e privado para arrancar o país da estagnação”.

Na avaliação do mercado, a “Carta para o Brasil de Amanhã” é um documento genérico, que não traz novidades nem acaba com as dúvidas sobre como será a condução da economia em caso de vitória de Lula.

Para o ex-presidente do Banco Centra, Arminio Fraga deveriam ser dadas respostas sobre qual será a direção da política econômica. “Não há razão para acreditar que, se eleito, Lula voltará a adotar políticas como a expansão do balanço dos bancos públicos e do BNDES, ou reestatização de companhias, diz. Mas seria importante que isso fosse divulgado de forma clara”, disse.

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