OCDE diz que perspectivas para economia global estão melhorando, apesar da segunda onda de Covid-19

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse na terça-feira (1) que as perspectivas para a economia global estão melhorando apesar da segunda onda do novo coronavírus (Covid-19) em diversos países do mundo. Segundo a estimativa da organização, o Produto Interno Bruto mundial (PIB) deve retornar a níveis pré-crise antes do fim do próximo ano.

Segundo relatório de Perspectivas Econômicas, a economia do mundo deve encolher 4,2% em 2020, crescer 4,2% em 2021, e desacelerar em 2022 a 3,7%. Em setembro, a organização estimava que a contração da economia global seria de 4,5% este ano, e 2021 teria uma alta de 5%. Não havia até então previsão para o ano de 2022.

A OCDE projeta ainda que o desemprego global deve permanecer em crescimento em 2021, quando o número deverá ser de 7,4%. Para 2020, a estimativa é de 7,2%. Apenas em 2022 deverá ser registrado queda no índice, para 6,9%. O comércio global deve encolher 10,3% e tornar a se recuperar apenas em 2021 e 2022. Nestes anos, a previsão é que cresça 3,9% e 4,4%, respectivamente.

Os principais motivos para as melhorias no cenário global são o surgimento de vacinas contra a doença e uma forte recuperação da economia da China. De acordo com a OCDE, campanhas de vacinação, esforços combinados dos países por melhorias na área da saúde e o apoio financeiro dos governos serão os principais responsáveis pela recuperação em 2021. No entanto, a organização indica que atrasos na vacinação e dificuldade para controlar novos surtos da doença podem enfraquecer as estimativas.

Estimativas para o Brasil

A OCDE projeta uma queda de 6% do PIB do Brasil em 2020. A estimativa anterior era de 6,5%. Para 2021, foi projetada uma alta de 3,6%, e para 2022, 2,2%. Entretanto, a atividade produtiva no país ainda deve estar no final de 2022 inferior aos níveis pré-pandemia. Segundo a organização, apesar do novo aumento de casos de COVID-19 no Brasil, a economia passou a se recuperar em diversos setores. Projeta ainda que a inflação deve seguir abaixo da meta, e que juros baixos devem apoiar investimentos no país.

Segundo o relatório, as exportações brasileiras permanecerão beneficiando a recuperação da demanda global por alimentais e minerais. Explicita ainda que um progresso nas reformas ou um crescimento mais forte nos principais parceiros, como a China e os Estados Unidos, auxiliariam na aceleração da recuperação econômica. O Brasil busca uma vaga na OCDE, mas ainda não faz parte. Em julho, a Casa Civil anunciou que o Brasil já cumpriu 90 dos 252 requisitos exigidos para a entrada na instituição.

Outros países

O relatório aponta que a China será o único país a registrar crescimento em 2020, de 1,8%. Em 2021, crescerá 8% e em 2022, aumentará 4,9%. Os EUA e a Europa terão crescimento inferior. Para os Estados Unidos, em 2020 registrará uma contração de 3,7%, e retomará o crescimento em 2021 (3,2%) e 2022 (3,5%). Já a economia da zona do euro irá contrair 7,5% este ano, e retornará a crescer em 2021 (3,6%) e 2022 (3,3%).

Postagens relacionadas

Lula sanciona reoneração da folha de pagamentos

Mercado financeiro eleva projeção de inflação e ajusta PIB para 2024

Brasil e China: país asiático é o maior importador de produtos do agro brasileiro

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais