O Brasil caminha em direção da modernização da economia. Esse foi um dos indícios que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deu ao falar sobre os quatro blocos fundamentais para a autarquia. Sendo eles o Pix, o open financie, a internacionalização da moeda, bem como o Drex (moeda digital do BC).
Campos Neto, ainda, destacou que os objetivos desses processos são – maior inclusão, menor custo de intermediação, mais competição, maior eficiência no controle de riscos, bem como a monetização de dados -. As falas ocorreram, na terça-feira (21), no Fórum de Brasília, evento promovido pela Arko Advice.
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O economista e sócio assessor do escritório de investimentos da VOGA | BTG Pactual, Felipe Cravos, repercutiu positivamente as falas de Campos Neto. Em entrevista ao OBrasilianista, ele disse que o Brasil é um dos países com o maior grau de adoção de tecnologia digital.
– É significativo o avanço de inovações em transações bancárias pela internet. Isso realmente permite inclusão financeira. Além disso, para o dia a dia, possui muitos benefícios, como por exemplo, a praticidade de um pagamento. É rápido, seguro e sem custo adicional – ressaltou Felipe.
A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, com ano-base 2022, feita pela Deloitte, revela que os brasileiros aumentaram em 30% suas transações bancárias em 2022, em comparação a 2021. Nesse sentido, 8 em cada 10 operações são digitais.
Campos Neto projeta ‘Pix off-line’
Pix movimentou mais de R$ 66 bilhões – Foto: Marcelo Casal Jr/Agência BrasilDesde a sua criação, em 2020, de acordo com o Banco Central o Pix já gerou R$ 66,1 bilhões de transações já realizadas, bem como R$ 29,5 trilhões movimentados.
– O desenvolvimento tecnológico no setor financeiro do país não deixaria de ser pauta para grandes discussões políticas e trampolim para arrecadações sobre essas ferramentas. Atualmente, existem projetos de lei em discussões que podem gerar regras de cobrança em transações de Pix por empresas e outras instituições – alertou, Felipe.
Tramita no Congresso Federal o Projeto de Lei (PL) 3878/21, que veda a cobrança de tarifas do Pix para o envio e recebimento de recursos de pessoas físicas e jurídicas.
Atualmente, o Banco Central (BC) lista uma série de situações em que é proibida a cobrança de taxas relacionadas ao Pix. Contudo, os senadores defendem uma proibição mais ampla, impedindo a cobrança de taxas bancárias em qualquer transação pelo sistema.
Na segunda-feira (21), no evento “E Agora, Brasil?”, do Valor e “O Globo”, Campos Neto declarou que lançará o “Pix off-line”. Porém, ainda não tem uma data concreta. O objetivo é não precisar de internet para realizar as transações.
Você sabe para que serve o Open Finance?
De acordo com o economista, é um sistema financeiro aberto que, de forma simples, agrupa regras e parâmetros tecnológicos de segurança para o compartilhamento de produtos e serviços, fora do controle (domínio) das instituições financeiras.
– Em outras palavras, os seus dados bancários, como os de quaisquer outros usuários, serão transparentes e poderão ser compartilhados com outras fintechs, empresas de meio de pagamentos, bancos e outros, desde que permitido pelo dono de tais informações, é claro -finalizou Felipe Cravos.