Os primeiros sinais emitidos pelo presidente Lula, na direção de uma gestão mais intervencionista na economia e a falta de detalhes de como deve ser a condução do Ministério da Fazenda, sob Fernando Haddad, acenderam sinal de alerta entre investidores do mercado financeiro.
Nesta segunda-feira (02) dólar registrou alta, fechando em alta de 1,51%, cotado a R$ 5,3597, e o Ibovespa registrou queda de 3,06%. Para os analistas, o novo ministro da Fazenda ainda não trouxe respostas claras para os principais desafios econômicos no discurso de posse, feito nesta segunda-feira.
Há também dúvidas se a ala econômica conseguirá prevalecer no embate com o grupo político próximo a Lula. Na primeira questão proposta, a da prorrogação da desoneração dos impostos sobre combustíveis, Haddad saiu derrotado e o governo editou uma medida provisória prorrogando o PIS e Cofins, tributos federais, por mais dois meses.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse ontem que será preciso “reconstruir a casa” acrescentando que não está para aventuras. Assumiu com o compromisso de enviar no primeiro semestre ao Congresso a proposta de nova âncora fiscal, que organize as contas públicas, que seja confiável e “respeitada e cumprida”.
O ministro disse que o governo Jair Bolsonaro acabou com filtros de seleção de beneficiários dos programas de transferência de renda, comprometendo a austeridade desses programas. E disse que foi pedida a retirada de dois milhões e meio de pessoas incluídas indevidamente no Bolsa Família.
“Além disso, também distribuíram benesses e desonerações fiscais para empresas, desobedecendo qualquer critério que não fosse ganhar a eleição a todo custo. E o custo é esse: 3% do PIB gastos em aumento irresponsável de dispêndios e em renúncia fiscal”.