Manifestações serão relevantes mas não devem ter consequências práticas, avalia Lucas de Aragão

Foto: Reprodução/Arko Advice

As manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, programadas para os dias 7 e contrárias ao presidente, em 12 de setembro, prometem gerar grande repercussão. Mas, segundo analisam especialistas da Arko Advice, os atos, mesmo sendo expressivos, não devem provocar nenhum tipo de ruptura.

“Acho que as manifestações vão ser relevantes, grandes, mas eu não acho que a gente vai ter nenhuma consequência prática. Não acho que no dia 8 de setembro, o Brasil vai se olhar ali, os grandes atores da cena política vão falar ‘Bom algo mudou, a gente precisa fazer alguma coisa’”, opina o analista político da Arko Advice, Lucas de Aragão.

Para Lucas, os atos não devem ser violentos, apesar das preocupações com uma possível invasão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Claro que a gente pode ter um caso isolado, mas eu não acredito em nada que seja relevante a ponto de mudar o panorama político no país”, afirma. “Acho que vamos ter manifestações relevantes, mas nada que na prática mude o jogo ou tenha uma influência direta no xadrez político do Brasil”.

Cenários para 2022

O CEO da Arko, Murillo de Aragão, repercutiu uma nota publicada por Ancelmo Gois no jornal O Globo que diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já prevê a vitória de Lula em 2022. Lira teria dito que, do modo como as coisas estão, o ex-presidente Lula ganharia as eleições de 2022 “por W.O.”.

Murillo conta que a nota provocou enfado no mercado. “Não sei se isso é verdade ou não, mas esse sentimento é verdadeiro”, disse. “O sentimento junto aos aliados do presidente é de que esse acender de fogueiras o tempo todo, esse tensionamento institucional está levando a uma situação de descrença de que, provavelmente, eles não conseguirá ser um candidato competitivo”, avaliou o especialista.

Ele lembra que pesquisa divulgada pela Atlas Intel aponta que 61% dos eleitores não votariam em Bolsonaro nas eleições de 2022. “É uma rejeição muito forte. A um ano da eleição é muito difícil um presidente com esse nível de rejeição oficial se eleger”.

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