O presidente Lula (PT) anunciou nesta quarta-feira (3) o novo Plano Safra para o ciclo de produção 2024/2025, com valor recorde de R$ 475,5 bilhões. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, já havia antecipado o valor do pacote destinado a produção agrícola.
Sendo assim, o governo dividirá o Plano Safra em dois segmentos. O primeiro, mais tradicional e robusto, financiará a agricultura empresarial. O segundo segmento, focado nos produtores familiares, foi desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A divisão do pacote ficará dessa forma:
- Plano Safra empresarial: R$ 400,6 bilhões de crédito, com R$ 293,9 bilhões destinados ao custeio e comercialização, e R$ 106,7 bilhões para investimentos.
- Plano Safra da agricultura familiar: R$ 74,98 bilhões em crédito.
Evento de lançamento
Dois eventos no Palácio do Planalto marcaram o lançamento do Plano Safra. Lula anunciou o pacote para a agricultura familiar às 11h, e apresentou o plano empresarial às 15h. Segundo especialistas, o valor dos pacotes é maior da história, superando o recorde anterior de R$ 445,8 bilhões no ano passado, ajustado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Além disso, inicialmente previsto para a última quarta-feira (26), o lançamento foi adiado devido a divergências quanto ao valor final. O setor do agronegócio pressionava por um pacote ainda maior, superior a R$ 500 bilhões. No entanto, as negociações não alcançaram esse valor.
Nesse sentido, o plano acena aos ruralistas, um grupo que historicamente não tem forte aliança com Lula e que apoiou Bolsonaro (PL) na última gestão.
Custo do Plano Safra
O Plano Safra é um programa do governo federal que oferece linhas de crédito e incentivos para apoiar o setor agropecuário. Bancos públicos emprestam os recursos e posteriormente recebem os valores de volta. O governo reduz as taxas de juros para o setor e subsidia a diferença. Para o pacote, o custo com a equalização de juros aumentará 23%, totalizando R$ 16,7 bilhões.
Por fim, o Tesouro Nacional aplicará R$ 6,3 bilhões em equalização de juros para a agricultura empresarial, comparado aos R$ 5,1 bilhões da safra atual. Para a agricultura familiar, o governo destinará R$ 10,4 bilhões para abatimento dos juros, um aumento em relação aos R$ 8,5 bilhões da safra atual.