Em meio à discussão sobre o processo de privatização do sistema Eletrobras, a subsidiária Furnas Centrais Elétricas apresentou, na semana passada, um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para afastamento de 1.041 funcionários contratados ou terceirizados.
O plano faz parte de um programa de demissão para reduzir o quadro de funcionários dos atuais 4 mil (sendo pouco mais de mil terceirizados) para 2.751. O presidente da empresa, Luiz Carlos Ciocchi, defende a privatização do setor elétrico sob o argumento de que o Estado não precisa ter o controle do capital das empresas no setor.
Há dois meses, Ciocchi informou que Furnas iria se desfazer de suas participações em Sociedades de Propósito Específicos (SPEs) – associação com outras empresas em determinados projetos – que não estão dando retorno financeiro. Furnas participa de 24 SPEs. Além disso, a empresa opera 21 usinas hidrelétricas.
Para o presidente de Furnas, com a introdução dos leilões no setor elétrico, as questões estratégicas e de controle estarão mapeadas. No caso de uma necessidade identificada que não atraia interessados em leilão, entraria o Estado, que, sem precisar ser dono da empresa, poderia licitar ou fazer uma parceria público-privada.
Nos anos 90 a empresa chegou a ter 10 mil funcionários, sendo 6 mil na sede, no Rio de Janeiro. Com o lançamento de um plano de desestatização no governo FHC, em 2002, Furnas iniciou um PDV para funcionários efetivos e aumentou a contratação de terceirizados. Em 2015, chegou-se aos atuais 4 mil. O governo decidiu incluir a Eletrobras no processo de privatização na gestão do presidente Michel Temer.