O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse em tom de cobrança na cúpula do G20, nesta segunda-feira (11), que a Europa precisa decidir se aceita o acordo de livre comércio com o Mercosul ou não. Os blocos fecharam as bases do acordo em 2019 após mais de 20 anos de negociações.
“Nos próximos meses a gente tem que chegar num acordo: Ou sim, ou não. Ou parar de discutir o acordo porque, depois de 22 anos [de negociações], ninguém acredita mais [na possibilidade de aprovação]”, disse o presidente.
Existem vários impasses que travam o acordo entre Mercosul e União Europeia, mas o principal deles é a carta enviada pelo bloco europeu ao bloco sul-americano em março deste ano. Conforme o texto, o Brasil estaria ameaçado de sanções econômicas em caso de não cumprimento dos devidos cuidados ao meio ambiente.
A carta foi recusada de imediato por Lula. “A gente não aceita ameaças de sanções e a gente não aceita a ideia das compras governamentais”, argumentou
Lula se reuniu com vários líderes europeus na cúpula do G20, entre eles a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Na ocasião, o presidente da República em conversa com o líder francês manifestou seu desejo de selar de vez o acordo entre os blocos enquanto ainda é o representante do Mercosul.
Próximos passos
Para que o acordo entre Mercosul e União Europeia possa finalmente entrar em vigor, duas coisas são essenciais. A primeira delas, mencionada pelo presidente da França em sua conversa com Lula, se trata do apoio massivo que o líder do bloco sul-americano precisa ter de todos os partidos de direita e extrema-direita para que o acordo passe pela Assembleia Nacional na França. O segundo diz respeito ao acordo ser ratificado por todos os países membros dos dois blocos, 27 da União Europeia e 4 do Mercosul.