Em defesa do esforço concentrado – Análise

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Faltam apenas cinco semanas para o recesso parlamentar. As atividades legislativas vão até o dia 22 de dezembro e, até lá, o governo tem cinco prioridades: 1) subvenção do ICMS; 2) Juros sobre Capital Próprio (JCP); 3) fundos exclusivos e offshore; 4) apostas esportivas; e 5) Reforma Tributária.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tenta sensibilizar o Congresso para fazer, até o fim do ano, um esforço concentrado para aprovar essas medidas, consideradas fundamentais para que se atinja a meta de déficit zero em 2024. ICMS, JCP e Tributária estão na Câmara aguardando análise. Os dois primeiros itens encontram resistências e o governo ainda depende de ampla coordenação e mobilização para convencer os aliados a votar. Apostas esportivas e fundos exclusivos, como já passaram pela Câmara e estão no Senado, têm chances maiores e não devem ter grandes obstáculos.

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Neste momento, o governo precisa evitar ruídos e se concentrar nessa pauta. Há tempo suficiente para liquidar todos esses temas, aprovando-os a tempo. A Reforma Tributária, por exemplo, teve dois turnos aprovados em apenas uma semana, tanto na Câmara quanto no Senado.

Moedas – Foto: Freepik

A agenda que está no Senado não deve trazer surpresas. O maior desafio reside na Câmara. Há uma preocupação com as viagens agendadas do presidente Arthur Lira (PP-AL): nesta semana ele vai para Londres e, no fim do mês, para Dubai, participar da COP28.

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Mesmo assim, o governo pode avançar. A decisão do Executivo em insistir no déficit zero, objetivo também defendido por Lira e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforça a necessidade das medidas. O envolvimento de Haddad nessa reta final é crucial. O governo também precisa elencar se há demandas represadas na base e atendê-las. Por fim, deve evitar pautas polêmicas. Uma delas refere-se à indicação para o Supremo Tribunal Federal. Neste momento, insistir no nome do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para a vaga na Corte pode ser um erro.

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