Mesmo prevendo dificuldades no processo de capitalização da empresa, a diretoria da Eletrobras mantém a previsão de venda de participação da estatal em 39 sociedades de propósito específico (SPEs) até o fim do ano. A meta é fechar 2020 com 62 SPEs, que são empresas formadas com participação da estatal e de grupos privados para operar em atividades específicas, como geração de energia dos ventos ou solar.
A paralisação provocada pelo surto do novo coronavírus impactou o plano de negócios da empresa para 2020-2024, lançado há poucas semanas. O plano prevê investimentos de R$ 32,4 bilhões ao longo de quatro anos. Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, o plano foi elaborado antes do início da pandemia.
Diante da nova realidade, o conselho de administração deliberou que a empresa reavalie o documento até o fim de maio. A empresa prevê investir R$ 5,3 bilhões no período. Segundo seu presidente, ela tem investido em torno de R$ 4 bilhões por ano.
Do total de investimento previsto, R$ 13,9 bilhões se destinam à conclusão da usina nuclear de Angra 3. Mas Ferreira Júnior explicou que essa quantia não deverá ser desembolsada pela companhia, e sim pelo parceiro internacional que venha a fechar negócio, como espera o governo, por meio de chamada pública a se realizar no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
A Eletrobras adiou em 11 meses a previsão de início de operação do projeto, para novembro de 2026.