Efeito desoneração, preço da gasolina pode aumentar a partir desta terça

O preço da gasolina e do diesel devem aumentar em até 7% e 4%, respectivamente, nesta semana, de acordo com estimativas de mercado. Esse ajuste é necessário para compensar a medida provisória imposta pelo governo do presidente Lula (PT), que visa desonerar a folha de pagamentos de 17 setores da economia e dos pequenos municípios. A Ipiranga, uma das maiores redes de postos de combustíveis, já anunciou um reajuste nos preços a partir de terça-feira (11). A empresa informou em comunicado aos seus franqueados, em resposta ao impacto da MP 1227/27, que limita a compensação de créditos tributários de PIS/Cofins.

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Em contato com a Folha de São Paulo, a Ipiranga destacou que segue uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes e às normas setoriais. Outras grandes distribuidoras, como Vibra (antiga BR), Raízen (Shell) e Ale, ainda não se pronunciaram oficialmente sobre possíveis aumentos. Entretanto, é esperado que também reajustem seus preços ainda nesta semana, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro). A Petrobras não se manifestou sobre a possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis até o momento.

Preocupação de Lula no preço da gasolina

A previsão de aumento no preço da gasolina despertou preocupação no presidente Lula. Ele convocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para uma reunião com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, nesta segunda-feira (10). A gasolina, em particular, é um tema sensível para Lula, que tem pressionado a Petrobras a manter ou reduzir os preços. Esta pressão foi um dos fatores que levou à saída de Jean Paul Prates da presidência da empresa em maio. O aumento no preço dos combustíveis afeta significativamente o custo de vida dos brasileiros e a inflação, além de impactar a imagem do governo.

Haddad e Lula – Foto: Ricardo Stuckert/PR

IBP

A medida provisória do governo restringe o uso de créditos tributários de PIS/Cofins, limitando em alguns casos o ressarcimento em dinheiro e impedindo o uso desses créditos para abater outros tributos. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) criticou a medida, classificando-a como um retrocesso e incompatível com os consensos estabelecidos na Reforma Tributária.

Conforme o IBP, a MP 1227/24 aumentará os custos em vários setores essenciais, como transporte público e frete de cargas, com impactos negativos para o consumidor final. Estimativas do IBP sugerem que o reajuste pode ser de R$ 0,30 por litro para a gasolina e até R$ 0,23 para o diesel.

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