Diminuição da tensão comercial entre China e EUA prejudicam mercado exterior brasileiro

O Brasil pode sofrer perdas consideráveis na sua exportação de soja em grãos e de carne suína para a China caso as negociações do gigante asiático com os Estados Unidos, em Washington, seja finalizada com bons resultados para ambos. Se americanos e chineses chegarem a um consenso, a importação chinesa dos dois gêneros voltará a ser feita pelos EUA, levando à consequente redução das compras junto a fornecedores brasileiros. A recente compra de 204 mil toneladas de soja americana pela China denota uma franca diminuição nas tensões e marcam o início de um novo período de aparente paz entre os dois países.

Depois de longas negociações, a China abriu precedente para o mercado norte-americano ao anunciar a não imposição de tarifas adicionais contra a soja e a carne suína da nação de Trump, o qual, alguns dias antes, adiou aumento de 25% para 30% das tarifas sobre certos produtos de origem chinesa em duas semanas, levando de 1º de outubro para dia 15 do mesmo mês. A China havia criado tarifas de 25% a mais aos produtos agrícolas  norte-americanos em julho de 2018 e, em 1º de setembro do presente ano, aumentou mais 5% as tarifas para a soja e mais 10% para a carne suína. Além da guerra comercial, a China está sendo acusada de manipulação cambial depois da forte desvalorização do yuan, moeda chinesa, feita pelo governo chinês – lembrando que a moeda não é flutuante e observa os princípios estabelecidos pelo governo do país.

Devido ao surto de peste suína africana e à guerra comercial da soja, a China está com déficit em ambos os gêneros alimentícios e negocia com os Estados Unidos um acordo comercial abrangente para resolver de vez tal impasse. Por conta dessa crise, os chineses vinham comprando mais dos brasileiros, o que aumentou a balança comercial brasileira, mas a perspectiva do fim desse comércio já levou, em agosto, as exportações brasileiras para a China a caírem 2,88%, totalizando US$ 45,532 bilhões.

O acordo entre as potências chinesa e americana acertaria o setor brasileiro em cheio, que já teve uma retração de 26% de janeiro a agosto. Segundo especialistas, o Brasil deveria se manter autônomo e negociar sua soja e sua carne suína com outros países, mas tal alternativa resvala na acirrada guerra comercial que aquece o mercado e no comportamento radical do Governo Bolsonaro aos ideais de Donald Trump, o que dificultaria ao Brasil ter boas opções de mercado.

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