O ex-presidente Donald Trump afirmou que o Estados Unidos deve assumir a liderança global no mercado de criptomoedas. Além disso, se eleito, prometeu reformas as regulamentações do setor no país.
A declaração ocorreu, no último sábado (25), enquanto o político busca se aproximar de investidores e empresas da área. Mas o que significa essas falas para o mercado brasileiro? O portal de notícias OBrasilianista ouviu Tiago Severo, especialista em prática de banking e sócio do Caputo, Bastos e Serra Advogados.
Brasil e as criptomoedas
Atualmente, o mundo está em meio a uma corrida para se posicionar no mercado de criptomoedas e ativos digitais. Uma disputa que vai além da captação de investimentos e se configura como uma questão estratégica para o desenvolvimento das nações.
De acordo com Severo, essa corrida é crucial para a geração de valor, especialmente para nações que possuem moeda nacional.
— Na verdade, a corrida para se posicionar no mercado de criptomoedas e ativos digitais é crucial não só para a captação de investimentos, mas também para a geração de valor do ponto de vista de uma economia forte. Isso ocorre especialmente quando um país possui uma moeda nacional e está se preparando para lançar moedas fiduciárias digitais emitidas por seus bancos centrais — explicou.
O Brasil, nesse contexto, se destaca como o sétimo maior mercado de ativos digitais do mundo, apresentando características únicas que o diferenciam dos demais. Segundo Severo, o brasileiro, em geral, é considerado “cripto-friendly”, com um perfil de investidor jovem, entre 25 e 37 anos, predominantemente masculino (80%) e com renda média de R$ 3.500,00.
— Isso contrasta com a necessidade de comprar ações ou debêntures que custam 25, 30 ou 50 mil reais. Essa economia digital oferece a possibilidade de participar de um jogo de investimentos de maneira mais acessível — complementou o especialista.
Sendo assim, Severo explicou que o posicionamento de Trump se encontra nessa direção, considerando também que o mesmo está em campanha política. No entanto, as declarações não devem afetar o mercado interno brasileiro.
— Essa economia digital oferece a possibilidade de participar de um jogo de investimentos de maneira mais acessível. Portanto, uma coisa [falas de Trump] reforça a outra, mas não estão diretamente relacionadas — finaliza.