Copom decide futuro da Selic em meio a incertezas econômicas

O Copom do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (19) para decidir sobre a Selic, em meio a incertezas devido à alta do dólar, inflação e juros nos EUA. Dúvidas surgem sobre o fim dos cortes ou uma última redução de 0,25 ponto porcentual.

Copom diverge sobre Selic – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Nos comunicados da última reunião, em maio, o Copom não indicou os próximos passos, aumentando a especulação do mercado. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, a taxa básica deve permanecer em 10,5% ao ano até o fim de 2024. No mês passado, a estimativa era que a Selic encerrasse o ano em 10%.

Então, a decisão será anunciada pelo Copom no final do dia. Nas últimas sete reuniões, a autoridade monetária reduziu a taxa Selic, com seis cortes de 0,5 ponto porcentual e um corte de 0,25 ponto porcentual, na última reunião em maio.

Divisão interna sobre Selic

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou sobre a alta nas expectativas de inflação. O documento destacou que a divisão entre os diretores do BC não é política, mas está relacionada ao compromisso com as diretrizes das reuniões anteriores. Até março, o BC indicava a intenção de cortar a Selic em 0,5 ponto porcentual em maio.

Assim, os diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior, votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual, enquanto Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, indicados pelo atual governo, votaram por uma redução de 0,5 ponto.

Por fim, Roberto Campos Neto, também indicado pelo governo anterior, decidiu pelo corte de 0,25%, desempatando a votação.

Expectativas para a reunião

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, apresentam-se análises sobre as economias brasileira e mundial e o mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formados pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Para 2024, a meta de inflação definida pelo CMN é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em março, o último Relatório de Inflação do BC previa o IPCA em 3,5% para 2024. Então, o BC divulgará o próximo Relatório de Inflação no fim de junho.

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