O comércio bilateral sino-brasileiro resultou em um superávit de US$ 3,9 bilhões no mês de agosto para o Brasil, saldo bem positivo se considerado os US$ 6,6 bilhões de superávit total da balança comercial brasileira nesse mês.
Com a ajuda da soja e do petróleo, as exportações para a China, incluindo Hong Kong e Macau, cresceram 13,4% em agosto, mesmo com a queda média diária de 5,5% dos embarques brasileiros totais. A queda da importação total foi de 25,1%, enquanto os produtos chineses recuaram 13,3%.
No acumulado do ano, o superávit com a China totaliza US$ 26,9 bilhões – em 2019, no mesmo período em análise, o acumulado havia sido de US$ 19,03 bilhões.
Iniciada na manhã da última quinta-feira (3), a Feira Internacional Online para Comércio de Serviços China-Brasil (CIFTIS China-Brasil) contou com discurso de abertura de João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, que disse que o estado tem fortes ligações comerciais com o gigante asiático e que “essa cooperação e relação comercial internacional é fundamental para o desenvolvimento, sobretudo para o pós-pandemia”. Obras licitadas na Bahia com investimentos chineses, como a matriz bioenergética na região do Médio São Francisco, a implantação do Polo Agroindustrial e a ponte Salvador-Itaparica, são grandes marcos na relação de comércio exterior sino-brasileira.
A logística contrária também é válida: os investimentos brasileiros nas Zonas Piloto de Livre Comércio da China (ZLCs) foram fundamentais para o sucesso da iniciativa nos primeiros sete meses de 2020, segundo dados oficiais divulgados na quarta-feira (2). Conforme anúncio do Ministério do Comércio chinês, as seis ZLCs em atividades chegou à marca de 660,76 bilhões de yuans, representando 10,8% do comércio exterior local total das regiões em questão.
Um dos setores mais atingidos pela pandemia de Covid-19 e, também, pela peste suína que assolou a China recentemente, foi o da produção de milho, de suma importância para suinocultura, avicultura e produção de laticínios. A questão ganhou tamanho volume que foi necessário um apelo público do presidente chinês, Xi Jinping, pelo fim do desperdício de comida, uma vez que a disparada do preço do milho gerou agitação sobre a segurança alimentar na China, com a inflação dos alimentos estando no seu mais alto patamar em mais de uma década.
A safra 2020/2021 será escassa, e pode gerar um déficit de 30 milhões de toneladas, cerca de 10% da safra total, o que, por um lado, é positivo para grandes exportadores, mas ameaça os preços globais do grão pela questão da substituição deste por outros.