Dados do Ministério da Economia revelam que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 28,369 bilhões no período de janeiro a julho deste ano, com saldo positivo 16,3% menor do que o verificado no igual período do ano passado (US$ 33,891 bilhões). Já a corrente de comércio até julho foi de US$ 231,424 bilhões, o que representa uma diminuição de 3,1% sobre o mesmo período anterior (US$ 238,794 bilhões).
Com relação às exportações do ano, houve queda de 4,7% sobre os sete primeiros meses de 2018 (US$ 129,896 bilhões). Também decréscimo nas importações (US$ 101,527 bilhões) até julho: 0,9% inferior à média diária no mesmo período do ano anterior (US$ 102,452 bilhões).
Quanto ao mês de julho, o superávit totalizou US$ 2,293 bilhões, ou seja, 43,4% inferior ao de igual período do último ano (US$ 3,874 bilhões). Já a corrente de comércio brasileira somou US$ 37,815 bilhões no mês, recuando 12,2%, pela média diária ante o mesmo período do ano anterior. As exportações, por sua vez, totalizaram US$ 20,054 bilhões no mês, uma queda de 14,8% ante julho do ano passado e de 8,1% em relação a junho deste ano. Também sofreram retração as importações (US$ 17,761 bilhões): 8,9% a menos ante igual período de 2018; porém, subiram 12,6% ante junho deste ano.
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, avalia que os resultados de julho apontam a menor atividade econômica mundial, que diminui a demanda pelos produtos comercializados pelo Brasil. Segundo ele, os dados do mês de julho de 2019 foram influenciados por uma base de comparação mais alta em razão da exportação, em julho de 2018, de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,2 bilhão.
Brandão assegura ainda que, apesar da base alta de comparação, em julho de 2019 dois produtos foram decisivos para a retração da corrente de comércio: as reduções dos embarques de petróleo e soja, tanto em volume quanto em preço: queda de 61,2% em julho deste ano ante o mesmo período do ano passado; e de 35% no mesmo comparativo, respectivamente.
Em julho, as exportações foram alavancadas por produtos básicos (US$ 11,054 bilhões), manufaturados (US$ 7,198 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,403 bilhões). Em relação a 2018, houve queda nas três categorias: produtos básicos (-16,7%), manufaturados (-12,3%) e semimanufaturados (-4,6%).
Quanto ao grupo dos básicos, ante julho de 2018, a diminuição nas vendas foi causada sobretudo pelo: petróleo em bruto (-61,2%, para US$ 1,407 bilhão); soja em grão (-34,6%, para US$ 2,788 bilhões); minério de cobre (-32,7%, para US$ 216 milhões); farelo de soja (-28,9%, para US$ 539 milhões); carne de frango (-12,5%, para US$ 602 milhões) e carne bovina (-10,4%, para US$ 515 milhões).
Em relação aos manufaturados, a queda das vendas foi motivada por: partes de motores e turbinas de aviação (-45,9%, para US$ 144 milhões); veículos de carga (-33,6%, para US$ 131 milhões); autopeças (-16,2%, para US$ 142 milhões); suco de laranja não congelado (-10,3%, para US$ 124 milhões); automóveis de passageiros (-8,7%, para US$ 347 milhões); máquinas e aparelhos para terraplanagem (-5,8%, para US$ 222 milhões) e óleos combustíveis (-2,2%, para US$ 289 milhões).
Nos semimanufaturados, retração nas vendas de: óleo de soja em bruto (-49,1%, para US$ 78 milhões); catodos de cobre (-26,5%, para US$ 39 milhões); semimanufaturados de ferro/aço (-15,5%, para US$ 378 milhões); celulose (-12,9%, para US$ 550 milhões); madeira serrada ou fendida (-4,6%, para US$ 55 milhões) e açúcar em bruto (-4,4%, para US$ 478 milhões).
Já no acumulado do ano, nota-se um decréscimo nas exportações de manufaturados (-6,5%, para US$ 45,035 bilhões) e semimanufaturados (-2,7%, para US$ 17,055 bilhões). Por outro lado, cresceram as vendas de produtos básicos (+0,2%, para US$ 67,798 bilhões), ante igual período de 2018.
Em relação aos mercados compradores, a diminuição nas exportações no mês de julho foi puxada pelo Mercosul (-37,5%), ocasionando a queda de 31% das vendas para a Argentina, em razão de automóveis de passageiros, veículos de carga, soja em grão e autopeças, entre outros produtos. Queda também para a América Central e Caribe (-29,0%), Ásia (-20,7%) e União Europeia (-19,8%) – no caso europeu, sobretudo devido ao petróleo em bruto, farelo de soja, minério de ferro, semimanufaturados de ferro e de aço.
Por outro lado, para Oceania (+23,8%), Oriente Médio (+19,8%), África (+13,3%) e Estados Unidos (+5,9%) as exportações cresceram – com destaque para esse último em itens como gasolina, aviões, etanol, café em grão, motores, geradores e transformadores elétricos.
China, Hong Kong e Macau (US$ 6,002 bilhões); Estados Unidos (US$ 2,672 bilhões); Argentina (US$ 836 milhões); Países Baixos (US$ 785 milhões) e Japão (US$ 603 milhões) figuraram como os principais países de destino de produtos brasileiros em julho.
No que diz respeito às importações em julho, destaque para a alta de combustíveis e lubrificantes (+22,0%), bens intermediários (+4,9%) e bens de consumo (+1,0%), enquanto diminuíram as compras de bens de capital (-53,0%). Ao comparar com julho do ano passado, é possível notar uma queda nas compras de Ásia (-23,9%), América Central e Caribe (-23,9%), África (-15,7%) e Mercosul (-7,9%). Por outro lado, aumentaram as de Oriente Médio (+67,7%), Estados Unidos (+19,7%), Oceania (+13,8%) e União Europeia (+2,0%).
Estados Unidos (US$ 3,143 bilhões), China, Hong Kong e Macau (US$ 2,868 bilhões), Alemanha (US$ 974 milhões), Argentina (US$ 907 milhões) e Japão (US$ 547 milhões) aparecem como os cinco principais países fornecedores para o Brasil no mês de julho.
Já no acumulado do ano, comparativamente ao mesmo período de 2018, percebe-se uma diminuição em bens de capital (-12,1%) e bens de consumo (-5,3%). Mas aumentaram as compras de bens intermediários (+2,6%) e de combustíveis e lubrificantes (+2,3%).