A exportação de produtos brasileiros nos últimos 12 meses teve queda de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, representando um montante total de US$ 216,67 bilhões. Tal queda foi mais profunda na relação entre Brasil e Estados Unidos, país para o qual exportamos US$ 24 bilhões, observando-se uma queda de 22% sobre o total exportado no mesmo intervalo de 2019 – o que representa um nível histórico de somente 11% de participação norte-americana nas exportações brasileiras.
Em compensação, a relação de exportação entre Brasil e China cresceu consideravelmente: com uma alta de 9% e atingindo o recorde histórico de US$ 68,8 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses; as exportações brasileiras para o gigante asiático teve total recorde de 32%. Se, por um lado, o saldo comercial sino-brasileiro se aproximou dos US$ 40 bilhões, o saldo com os EUA foi deficitário, sobretudo nos setores de soja, carne bovina, minério de ferro e petróleo bruto. Esse último, aliás, bateu recorde histórico no período compreendido entre janeiro e julho de 2020, com saldo comercial de 40 milhões de toneladas e superávit de mais de US$ 10 bilhões.
Esse saldo só não foi pior porque o Brasil continuou demandando grandes quantidades de derivados do combustível para o mercado de importações, com um total de US$ 16 bilhões em produtos relacionado à indústria petrolífera, o que seria bem superior aos US$ 12 bilhões gerados com a venda de petróleo bruto, dando aos EUA controle quase total sobre o mercado brasileiro de derivados do combustível.
Sem considerar a compra de plataformas petrolíferas, o Brasil importou US$ 6,6 bilhões em produtos de petróleo, sendo 62% provenientes do país governado por Donald Trump. As substâncias que mais dependem de importações dos EUA são diesel e gasolina comum (84% e 88%, respectivamente).