A expansão do parque gerador de energia nos últimos anos garante folga para o consumo no país, segundo especialistas do setor, pelo menos até 2024. Além de o regime de chuvas atual estar elevando o nível dos reservatórios das principais usinas brasileiras, as estimativas não indicam crescimento significativo imediato do PIB.
Ao longo dos últimos quatro anos, o consumo de energia subiu em torno de 5%, passando de 64 mil megawatts médios (MWm), em 2015, para 67 mil MWm, em 2019. Nesse período – quando as hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte entraram em operação e os parques geradores de energia eólica e solar se expandiram –, a capacidade instalada subiu 22%, de 134 gigawatts (GW) para 172 GW.
Esses empreendimentos foram planejados com anos de antecedência, com base em projeções de alta do PIB e do consumo bem maiores do que os concretizados, explica Cristopher Vlavianos, presidente de uma das maiores comercializadoras do país, a Comerc. “Temos uma folga estrutural, pois tivemos um aumento de capacidade instalada sem a contrapartida de aumento de consumo”, diz.
Segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, devem entrar em operação projetos com capacidade de geração de 23 GW até 2024. “Temos segurança de que o setor elétrico brasileiro está preparado para atender o consumo de energia, mesmo que haja um crescimento mais robusto da economia nos próximos anos.” O país também conta com um parque de termelétricas que pode ser acionado, caso haja qualquer tipo de pressão.