Em entrevista à GloboNews, nesta terça-feira (16), a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), reconheceu que o crescimento das receitas pela arrecadação está próximo ao fim.
Diante da reclamação da oposição que o governo não se preocupa com gastos, a ministra argumentou que a arrecadação era o foco do primeiro ano do governo Lula. Segundo a ministra, foi preciso repor o caixa do governo para retomar diversas políticas públicas.
— Diante de políticas públicas destruídas nos últimos quatro anos, de um país que entrou para o mapa da fome, com as desigualdades sociais, devendo repor desde farmácia popular até atualizar a merenda nas escolas, qual foi o foco no primeiro ano? Receita. Vamos cobrar de quem não está sendo cobrado e nós estamos falando do andar de cima. Vamos garantir justiça tributária pelo lado da receita. Mas eu mesma anunciei: o aumento da arrecadação pelo lado da receita está se exaurindo já.
No entanto, a arrecadação é um pilar para o cumprimento das metas fiscais. Ainda assim, mesmo com arrecadações recordes no ano passado, o governo alterou a meta fiscal para 2025.
Assim, a ministra descartou a criação de novos impostos para garantir a justiça tributária proposta na Reforma Tributária. Para Tebet, as mudanças no sistema de tributos e contribuições devem gerar receitas e economia de gastos. No entanto, Tebet reforçou que será preciso convencer o Congresso Nacional a revisar os gastos tributários, que passam de mais de R$450 bilhões por ano.
Dentro de sua pasta, a ministra citou a criação de secretaria para avaliação de políticas públicas e redesenho de programas. Nesse cenário, Tebet citou a identificação de cadastros indevidos no Bolsa Família que custaram cerca de R$10 bilhões ao erário, que passa a ser recomposto com o combate a fraudes e erros.