Vitória de Tarcísio mostra a força do bolsonarismo no estado – Por Carlos Eduardo Borenstein

Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do Ministro da Infraestrutura Tárcísio Gomes de Freitas. Foto: Alan Santos/PR

Numa eleição fortemente nacionalizada, principalmente no segundo turno, Tarcísio de Freitas (Republicanos) derrotou Fernando Haddad (PT) na disputa pelo governo de São Paulo (SP), o estado mais importante do país por conta de seu peso político e econômico. Com o controle do Palácio dos Bandeirantes, o Republicanos terá uma grande visibilidade.

CANDIDATOS VOTOS TOTAIS VOTOS VÁLIDOS (%)
Tarcísio de Freitas (Republicanos) 13.480.643 55,27
Fernando Haddad (PT) 10.909.371 44,73
Brancos 1.102.504 4,04
Nulos 1.849.298 6,76
Indecisos 7.300.251 21,07

Em relação ao resultado do primeiro turno, Tarcísio cresceu 12,95 pontos percentuais. Haddad, por sua vez, ganhou 9,03 pontos. O crescimento de Tarcísio e Haddad do primeiro para o segundo turno – 21,98 pontos – é similar a votação obtida pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), que no primeiro turno teve 18,40% dos votos válidos.

No segundo turno, foi importante para a vitória de Tarcísio de Freitas o engajamento de Garcia, assim como do PSDB paulista. Mas o grande responsável pela vitória de Tarcísio é a força do bolsonarismo em SP.

Vale observar que a votação de Tarcísio de Freitas (55,27%) no segundo turno foi muito similar a de Jair Bolsonaro no estado (55,24%). A força eleitoral do bolsonarismo indica que o eleitorado do PSDB, que anteriormente votava nas opções tucanas, migrou para Tarcísio.

Interessante lembrar que na eleição de 2018, João Doria (PSDB) derrotou Márcio França (PSB) muito por conta da força do bolsonarismo. Naquele pleito, Doria abraçou o slogan “Bolsodoria” no segundo turno, o que foi decisivo para sua apertada vitória contra França.

Apesar do PT ter chegado ao segundo turno numa eleição para governador, o que não ocorria desde 2002, o partido saiu novamente derrotado. Nem mesmo o apoio dos ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB), eleito vice-presidente da República na chapa de Lula, e de Márcio França (PSB), foi suficiente para compensar a força do antipetismo. Como consequência, os petistas continuam sem conseguir governar o estado mais importante da federação.

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