Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi considerado inelegível, dois governadores despontaram como potenciais candidatos ao Palácio do Planalto para 2026: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.
Na atual conjuntura, Tarcísio de Freitas registra vantagem sobre Romeu Zema. Na semana passada, Tarcísio conseguiu aprovar a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Uma das principais bandeiras do governador nas eleições de 2022, a desestatização da companhia representa um avanço da agenda liberal no estado.
A expectativa agora é que Tarcísio sancione o projeto de lei aprovado, dando início à negociação dos contratos de prestação de serviço com o setor privado. Tarcísio deseja finalizar esses projetos até o início de 2024, pois, caso o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) se eleja prefeito da capital paulista nas eleições de 2024, podem ocorrer entraves nos trâmites desses contratos se o processo não estiver totalmente concluído.
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Enquanto Tarcísio implementa a sua agenda, Romeu Zema enfrenta dificuldades em Minas. A principal envolve a renegociação da dívida do estado com a União. Diante desse impasse, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDMG), apontado como um potencial candidato ao Palácio da Liberdade nas eleições de 2026, cresce na bolsa de apostas. Pacheco tem liderado, em Brasília, uma solução para a dívida mineira. Essa solução passaria pela federalização de estatais como Cemig, Codemig e Copasa.
Outra vantagem de Tarcísio em relação a Zema é a sua maior capacidade de compor alianças. Enquanto Tarcísio conta com maioria na Assembleia de São Paulo, Zema governa com minoria no Legislativo mineiro, o que acaba travando a sua agenda de privatizações.
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Não bastasse isso, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) está ganhando terreno no PSDB, podendo despontar como um potencial candidato a governador em 2026. Além de Aécio ter articulado a eleição do ex-governador de Goiás Marconi Perillo à presidência do PSDB, o deputado assumiu o comando do Instituto Teotônio Vilela, entidade de formação política do partido.