O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou em rede social e em entrevista à revista Veja que, após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas em 30 de outubro, ele participou de reunião o ex-presidente e o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), preso ontem pela manhã, por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Nessa reunião, realizada no Palácio da Alvorada, foi exposto plano para impedir a posse de Lula. Do Val disse ter recebido proposta para gravar conversa com o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e obter declarações que o incriminassem.
Deste modo estariam abertas as portas a uma intervenção no TSE, presidido por Alexandre de Moraes. Após conversa com filhos de Bolsonaro, o senador Marcos Do Val mudou a versão. Afirmou que, na reunião, da qual Moraes teria conhecimento, Silveira fez a proposta e Bolsonaro ficou calado.
Em depoimento de quase quatro horas ontem à Polícia Federal, o senador Marcos do Val afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro em nenhum momento “mostrou contrariedade” ao plano proposto pelo ex-deputado Daniel Silveira.
O senador deu diferentes versões para a história. Primeiro afirmou por meio das redes sociais que Bolsonaro tentou coagi-lo a participar de uma trama contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, cujo objetivo era impedir a posse do presidente eleito. Ainda de acordo com o senador, ele teria procurado Moraes para alertá-lo sobre a operação.
O cerco se fecha
Como publica o jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição desta sexta (3) a investigação que tramita no STF sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro começa a fechar o cerco em torno da cadeia de comando dos atos.
Ministros do STF dizem que há elementos para pedir a quebra dos sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos ex-ministros generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (vice na chapa presidencial e ex-chefe da Defesa). Até agora, 740 pessoas que invadiram as sedes dos três Poderes estão presas.